Toe Jam

Se Lenno fez menção de toe-jam em Come Together...

Aqui vai uma bela toe-jam! Este é Tony Melendez....

Considerações Sobre o Filme Let it Be dentro de uma Perspectiva Existencialista

O filme Let it Be a meu ver, é “Existencialista” por excelência, do ponto de vista onde os Beatles acabaram atingindo o significado e a essência de suas vidas, em oposição de sua existência como banda ter sido criada por outros, no caso, a Beatlemania, o sonho a ser realizado imposto por outras entidades, no caso, os fãs. Os Beatles não deixaram de ser um grande produto da mídia em plena era onde se discutia a “Aldeia Global”. Foram consumidos por entidades externas, se deixaram consumir e por conseqüência funcionaram como marionetes de um sistema que deles necessitava para a perpetuação de ideais Platônicos. Não se tratava de conhecer as necessidades individuais, as necessidades que levam à satisfação individual.

Eu entendo o filme como o a manifestação do repúdio de pertencer a qualquer adequação de qualquer organismo independentemente de crenças, fetiches, carências de terceiros e especialmente dos sistemas. Entendo que seja a insatisfação com o superficial.

Dentro da máxima existencialista de que “a existência precede a essência”, podemos entender que a “existência” dos Beatles predominou sobre a “essência” de cada Beatle individualizado. Os Beatles foram muito mais focalizados e determinados como um uno para satisfazer-se o ideal Platônico do sistema, em detrimento à essência de cada membro da banda. O filme mostra (para mim) a rebelião contra as idéias Platônicas, onde um agrupamento de pessoas é a verdadeira realidade por trás das aparências das coisas mundanas.

O que o filme nos proporciona é a visão de um Beatle individualizado, por isso a dissensão daqueles que se definem ou se descobrem. Dentro do que preconiza Jean-Paul Sartre, o homem primeiramente existe, surge para o mundo e posteriormente se define. Enxergo o filme Let it Be sob essa ótica, onde a “posterior definição” de cada um dentro de suas “essências” é o elemento desagregador de uma união que existiu até que as definições individuais entraram em cena a partir de 1965.

Mas ainda dentro de um exercício Existencialista a La Sartre, nos deparamos com o fato de que o homem que se define, descobre a necessidade de ter liberdade, a qual segundo ele é “a condição a qual todos os homens estão condenados devido ao fato de possuírem escolhas”. Essa “definição” individual me soa como o “Anjo Exterminador” de Luis Buñel, onde a exposição das necessidades individuais leva ao “caos”. Teria o Anjo Exterminador, sido Yoko ou a percepção do desejo de liberdade por parte de cada Beatle? Unir-se em uma banda, é elemento volitivo individual, decorrente da liberdade que conduz à escolha. Permanecer em uma banda é outro elemento volitivo decorrente da liberdade. Até que ponto os quatro não tinham o mesmo desejo?

Ainda sob essa visão, pode-se afirmar que a partir do momento em que o homem se define, ele pode “desejar” ser algo e em seguida, o é, e muitas vezes esse “desejo” de ser algo pode dar margem a se fazer algo de má-fé, onde a má-fé poderia ser o fato de John ter trazido Yoko para o estúdio.

A má-fé poderia ser vista também como a escolha de Harrison em se rebelar contra Paul, bem como a necessidade de controle por parte de Paul, a apatia de Ringo, ou melhor, seu tédio pela percepção do ambiente e a falta de motivação, como conseqüência de sua própria escolha, ou em ter se juntado aos Beatles, ou mesmo do conformismo com sua posição dentro da banda, ou ainda simplesmente, o estado das coisas.

Considerando-se que o mundo “em si” seja “Absurdo”, ou melhor, “Injusto” sob a ótica de Albert Camus, uma vida significativa, pode a qualquer momento, perder todo o sentido. As razões que levam a isso, segundo Camus, podem variar de uma tragédia que destrua a vida de uma pessoa ou o resultado de um questionamento honesto por parte de um indivíduo sobre sua própria existência. Assim sendo, uma vida significativa poderia ser entendida como a existência de uma banda, a vida da mesma como um ser individualizado e toda sua história que conduziu à insignificância do permanecer-se unida, pois cada Beatle, em um contexto existencialista, pode ter se definido, ou até mesmo, percebido a insignificância das coisas. A constatação de que no final tudo se resume a uma coisa só, qual seja absoltamente nada. Tal percepção do quanto isso tudo pode ser difícil para pessoas emocionalmente instáveis pode levar ao cerne do Existencialismo: a constatação de Albert Camus quando alega que “Existe apenas um único problema filosófico sério, qual seja o suicídio”.

Penso que os Beatles possam ter se suicidado em conjunto em frente às câmeras nesse “documento existencialista” (para mim), chamado “Let it Be.

Maharishi Mahesh Yogi Is Gone

Mharishi Mahesh Yogi, um guru para os Beatles, que introduziu o Ocidente a meditação transcendental, faleceu em sua casa na cidade holandesa de Vlodrop, disse um porta-voz.

Acredita-se que ele tivesse 91 anos.

De acordo com o porta-voz Bob Roth, "Ele morreu pacificamente por volta das 7hrs. da manhã”. O eterno primeiro guru dos Beatles, introduzido à banda por George Harrison, em 1967, foi o fundador do movimento Meditação Transcendental. Ele também referiu-se a sua morte como o resultado de "causas naturais", devido à sua idade.

Uma vez julgado misticismo hippie, a prática hindu de controle da mente a qual Maharishi ensinou, chamada meditação transcendental, gradualmente ganhou respeitabilidade médica.

Não há dúvida o seu nome está eternamente ligado aos Beatles devido à necessidade de equilíbrio emocional/espiritual de George Harrison, o que o fez buscar alternativas que o levaram ao Maharishi.

Sua decisão em participar de seu curso de Meditação Transcendental em 1968 após ter assistido a uma palestra de Maharishi em Londres em 1967 atraiu os outros três Beatles, que passaram a primeira parte de 1968 em Rishikesh, Uttar Pradesh, na Índia, estudando com o Maharishi Mahesh Yogi. Tal período foi marcado pela controvérsia em torno dos Beatles e seu relacionamento com Maharishi.

John Lennon abandonou o curso com um "gosto ruim", em suas próprias palavras, e descreveu sua "festas" como "nem sempre tão agradáveis como gostaríamos de vê-las." Lennon da decisão de caminhar para fora resultou na inspiração para ele escrever a música "Sexy Sadie", um clássico sintonizar a partir da White Album, que contém as duras versículo "O que você fez? Você fez um tolo de todos".

Há rumores tendenciosos da época sobre um possível envolvimento de Mia Farrow com o Maharishi, embora a sua autobiografia seja ambígua sobre o assunto.

De acordo com diversos autores, incluindo Cynthia Lennon, em 1978, Alexis Mardas (o chefe do The Beatles' Apple Electronics) deliberadamente propagar esses rumores, pois ele estava determinado a minar a sua influência sobre o Maharishi Beatles.

George Harrison afirmou no apoio ao Maharishi, "Agora, historicamente, há a história de que algo estava acontecendo, o qual não deveria ter sido feito, mas nada aconteceu." Esta declaração foi apoiada pelos comentários feitos por Paul McCartney em sua biografia aprovada. Apesar da polêmica, não houve verdade na hipótese de que o Maharishi estivesse “flertando”.

Aparentemente, John Lennon ficou realmente irritado com o Maharishi quando os Beatles souberam da morte de Brian Epstein em 27 de agosto de 1967 e as observações feitas sobre o seu falecimento pelo Maharishi. O Maharishi disse nessa altura "esquecam, sejam felizes". John não compreendeu as palavras do Guru devido a sua dor.

John Lennon admitiu "um erro de julgamento", ter escrito a sarcástica "Sexy Sadie" sobre o Maharishi. George Harrison desertou do movimento Hare Krishna, embora ele continuasse apoiando o Partido da “Natural Law” (Lei Natural) na Grã-Bretanha.

Se Brian Epstein não tivesse tomado seis comprimidos de Carbitral para dormir… Quem sabe? The Beatles poderiam ainda estar juntos no final das contas...


O Maharishi (primeiro vídeo no Youtube a informar sua morte)

Two of Us e Charles Hawtrey

Charles Hawtrey, citado por John Lennon de forma emblemática no início da canção “Two of Us” do álbum Let it Be, nasceu George Frederick Joffre Hartree em 30 de novembro de 1914.

Maiores detalhes no vídeo abaixo:

Em tempo, aproveite para saber o que eram os Deaf-Aids!

Sir Walter Raleigh - O Alpinista Social

Lennon se refere a Walter Raleigh em sua canção "I'm So Tired" culpando-lhe pelo cigarro! Aqui está uma breve biografia desse alpinista social do século XVI.


Although I'm so Tired, I'll have another cigarette and curse Sir Walter Raleigh, he was such a stupid git...

A Linha do Tempo dos Anos 60

Talvez a música Helter Skelter, considerada por muitos, como primeiro "Heavy Metal" da História, estigmatizada por Charles Mason quando do brutal assassinato de Sharon Tate e mais quatro amigos na casa localizada em Cielo Drive, nas colinas de Hollywood, onde Sharon, grávida de oito meses, residia com seu marido Roman Polanski em 09 de agosto de 1969, também possa ser a trilha sonora do que foram os anos 60, aqui descrito em seus fatos mais marcantes!

The 60's Time Line

O Contexto em que Os Beatles Surgiram

É importante ressaltar o contexto social, político e econômico onde os Fab4 estão inseridos, considerando-se que John, Paul, George e Ringo sejam talvez os mais famosos "Baby Boomers" no mundo!

Esse vídeo também mostra um pouco do surgimento do rock'n'roll negro e sua influência nos jovens britânicos que deram início à 1ª Invasão Britância nos E.U.A.



OS BEATLES - UMA ANÁLISE DE SUAS CRENÇAS, BUSCAS E INCERTEZAS - 1

As cores mórbidas das musicas de Lennon , me remetem a suposições de cunho ligeiramente “onanista”, uma vez que não possuo (ainda!) qualquer documento que possa embasá-las, mas algo me diz (não deus...talvez minha sintonia com o universo) que em I Want You, Lennon dentro de suas terapias “Primal Scream”, realmente queria, e o que deixava louco, conforme berra na citada canção, era deus, esse deus tão propalado dentro de uma perspectiva cristã (cá entre nós, mais ambígua que tudo que já vi ou li), o qual não encontrou pelo simples fato de que dentro de tal perspectiva, não o encontraria mesmo (que me desculpem os crentes que possam pensar de forma diferente, mas é assim que penso).



Quando buscamos um pouco de aprofundamento quanto à compreensão (ou tentativa de..) de Strawberry Fields, ainda dentro de minhas suposições onanistas, penso que Lennon buscasse informar que mais prático seria viver dentro de um manicômio do que buscar deus, afinal ali, “nothing is real and nothing to get hungabout...”, sendo assim, o que poderia ser mais cômodo que “Campos de Morango Para Sempre”???


Penso que o verso chave possa ser “That is you can't you know tune in but it's all right, that is I think it's not too bad” (“Ou seja, você não consegue, você sabe, entrar em sintonia, mas tudo bem, ou seja, eu penso que eu não seja tão mal”) e quando faz menção dos opostos “high and low”, pode ser que haja uma referência subliminar dos conceitos cristãos de “céu e inferno” (nada posso afirmar com convicção visto a falta de embasamento documentado) tão enraizados nas mentes humanas por obra dos “Money Makers” religiosistas???

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OS BEATLES - UMA ANÁLISE DE SUAS CRENÇAS, BUSCAS E INCERTEZAS - 2

Finalmente, essa mente perturbada de Lennon, um dia acorda e resolve romper com o medo “cristão” (todos somos, fomos ou seremos tementes até quando agüentarmos...no meu caso...um dia acordei!) e esbravejar que não acreditava em deus, jesus, Beatles, elvis e tantos outros mitos em seu "testamento" sobre deus, quando na canção God, deixa bem claro que "O Sonho Acabou", a meu ver, o principal sonho, o de que deus existisse. Penso que essa seja a grande revelação que esse antes-cristão nos revela, dentro de toda sua realidade perante as irrealidades dicotômicas, e ainda dá satisfação à humanidade, que sempre tinha olhos para ele, e como!


O homem Lennon quase precisou se justificar ao papa (como se o papado tivesse algum valor exceto faturar alto!) quando disse que eram mais populares que cristo... e daí??? Já era o início de sua longa jornada de questionamentos e buscas, penso eu.


Lamento que Lennon tenha tido de “gritar” em suas terapias, para romper com os temores cristãos. Só foi encontrar a tão almejada “paz” quando se despiu das vestes cristãs e tratou de por a mão na massa, buscando o ativismo político. Quando, de verdade vestiu suas roupas originais. E dentro de um prisma político, há pouco espaço para crenças ou religiosimos (é claro... para aqueles que não misturam religiosismos com Real Politik para angariar votos!).

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OS BEATLES - UMA ANÁLISE DE SUAS CRENÇAS, BUSCAS E INCERTEZAS - 3

Harrison seguiu um caminho alternativo, na prática, buscou uma abordagem mais tranqüila para encontrar essa tão almejada paz de espírito e tomou o trem para a Índia. Lennon foi junto e não tendo encontrado o deus dentro nos parâmetros cristãos, escreveu Sexy Sadie...


O grande mérito de George, em minha opinião, foi ter se apegado a algo com afinco que lhe ajudasse a manter o equilíbrio do espírito, esse hoje, mais rotulado como “energia”, ainda assim, a única verdade nesse circo de horrores implantado por Constantino I na Roma Antiga para reerguer o decadente Império Romano lá pelo ano 300 “depois de cristo” (quem fez essa divisão afinal?), que desvinculou o espírito da “Money Maker Mor”.


Lamento que o fundamentalismo cristão tenha se espalhado por todas as outras formas de crenças, pois, dentro de minhas convicções, Harrison não conseguiu ficar imune ao apego ao “Senhor”, aí se entenda “My Sweet Lord”, querendo vê-lo, senti-lo e tudo mais, e lamentando que demorasse tanto... Harrison era o homem certo no planeta errado (ao meu ver). Pelo menos, consegui ficar por aqui em equilíbrio, o que em si, já é um grande feito, quando a ordem das tábuas (que nunca vi!) impõe o temor e esse, impõe aos mais questionadores, a possibilidade do desequilíbrio.


As questões para Harrison eram urgentes, enquanto para Lennon, eram desesperadoras.

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OS BEATLES - UMA ANÁLISE DE SUAS CRENÇAS, BUSCAS E INCERTEZAS - 4

Nesse ponto, chego a acreditar que os únicos com “Software Livre” eram e continuam sendo MacCartney e Ringo, uma vez que não enxergo conflitos nesses dois senhores, oriundos de “Windows”.


Não consigo, por mais que force a mente, me recordar de alguma canção McCartniana ou Ringoniana onde questões religiosas sejam expostas em forma de dúvidas ou apegos. Penso que o velho Macca, bem como o velho Ringo (velho na acepção carinhosa da palavra), sejam os verdadeiros agnósticos dentro dos Fab4, embora tenham sempre protegido tal informação até para não serem vistos com outros olhos.


Talvez essa seja uma das razões pelas quais o Macca seja mais lírico, mais dócil musicalmente falando, talvez por contemplar o Universo como verdade, não se restringindo a pré-conceitos. Para ilustrar essa abordagem descentralizada de dogmas e qualquer outro vocábulo, gostaria apenas de citar o comentário lúdico-realista de Macca quando soube da morte de sua mãe do alto de seus 12 ou 13 anos, quando virou-se para o irmão e indagou: “E agora? Como vamos fazer sem o salário dela?” (uma vez que a principal fonte de sustento da família vinha dela).


É claro que o Macca já se retratou dessa indagação várias vezes para efeito de imagem, mas sinto ali um indício de sua liberdade de cunho libertário. Para mim, tanto Macca quanto Ringo, são sagazes libertários disfarçados de “cristãos”.

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OS BEATLES - UMA ANÁLISE DE SUAS CRENÇAS, BUSCAS E INCERTEZAS - 5

Enquanto Lennon se explicava para uma Klu Klux Klan enfurecida, composta de sulistas norte-americanos a serviço do departamento mais sombrio da igreja católica, Macca dissimulava (nem chegava a sentar no muro... talvez por não vê-lo) e Ringo nem dava as caras, pois tinha mais o que fazer, e acima de tudo, nem ele nem George, eram sustentáculos de Lennon como foi Paul, que “tinha” de estar ali na hora.


Lembro-me bem de uma apresentação de Ringo no programa Storytellers do canal VH1, onde explica que ele e George resolveram um dia compor uma música. Ele afirma que se sentaram para discutir sobre o que iriam abordar na mesma, e George, de pronto lhe disse: “Vamos falar de deus” ao que Ringo rebateu: “Não! Não quero falar de deus” (enfatizando a palavra com ligeiro deboche) e George continuou a sugerir temas de cunho religiosistas, sempre refugados por Ringo, até que sugeriu o tema “Paz” ao que Ringo disse: “Ok! Paz! Vamos falar sobre paz!” (entendo que ele tenha sempre estado em paz, assim como o Macca), e daí nasceu “It Don’t Come Easy”.


Ou seja, Ringo já manifestou suas opiniões ou falta das mesmas sobre o assunto, enquanto Macca ainda posa de dissimulado.

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OS BEATLES - UMA ANÁLISE DE SUAS CRENÇAS, BUSCAS E INCERTEZAS - 6

Não condeno Ringo, pois creio que não há de se dar satisfações a quem quer que seja em questões dessa natureza (bem como uma infinidade de tantas outras). E dentro de um planeta onde o “bom mocismo” advém de um rótulo católico ou cristão ou de qualquer outro religiosismo, Macca guarda a sete chaves seus conceitos para continuar agradando seus fãs gregos e troianos.


Lennon questionou tanto e acabou nas mãos de um religiosista Texano (só o Universo para explicar... será que o pai - militar de patente e “espancador de esposa” nas horas vagas - de Chapman não estava lá no sul queimando discos dos Beatles em 66???).


Harrison partiu daqui, “como ansiava” para encontrar seu “Sweet Lord” (terá encontrado, ou terá descoberto, hoje em forma de energia, que poderia ter estudado um pouco de física quântica para se livrar de questionamentos?). Bem, ficam aí minhas considerações dentro de meus entendimentos sob uma óptica de Universo e não de deus e todos os religiosismos que se seguem.

Rock’n’Roll – Uma Breve Visão

Essencialmente híbrido na origem, o rock inclui elementos de vários estilos musicais americanos negros e brancos: blues acompanhado por violão; rhythm and blues negro, destacado por solos de saxofone; música gospel negra e branca; música country e western branca; e as canções de populares crooners brancos e grupos vocais.


Surgindo no período de 1954–55, a música rock era inicialmente chamada de “rock 'n' roll.”, uma mistura natural de todos os elementos anteriormente mencionados, agrupados por Chuck Berry, Little Richard, Fats Domino, Bo Diddley, Roy Gaines e outros nomes Afro-Americanos. Não apenas eles plantaram as sementes do rock and roll como nós o conhecemos, mas eles também deram vida a um novo beat (uma nova batida).


Nesse sentido, é importante enfatizar que o Blues, e Rhythm and Blues eram muito adultos, sensuais, agressivos e unicamente identificados com a cultura negra para serem aceitáveis tanto emocionalmente ou comercialmente sem adaptação. As principais gravadoras há anos produziam discos para públicos negros chamados “race records” ou “discos raciais”.


Chuck Berry - Johnny B Goode



Little Richard - Long Tall Sally




Fats Domino - Ain't That a Shame



Bo Diddley - Hey Bo Diddley/Bo Diddley



Roy Gaines - Jazz




O surgimento do rock 'n' roll significou um ligeiro enfraquecimento quanto à resistência à cultura negra. O rock’n’roll negro inalterado que Haley transformou, pode ser ouvido no trabalho sexualmente adulto de artistas tais como Hank Ballard and the Midnighters (“Work with Me, Annie”) ou “Big” Joe Turner, sendo que "Work with Me, Annie" foi adaptada para platéias brancas tornando-se “Dance with Me, Henry,” ao mesmo tempo em que "Shake, Rattle and Roll" só ganharia notoriedade ao ser gravada por Bill Haley.

"Work with me, Annie" - Trabalho Negro de Conteúdo Sensual - Hank Ballard and the Midnighters



"Dance With Me, Henry" - Versão "Branca" de Work with me, Annie



"Big" Joe Turner - Shake, Rattle and Roll (versão original)




Shake, Rattle and Roll (versão de Bill Haley para platéias "brancas"





O primeiro disco de rock 'n' roll a alcançar popularidade nacional foi “” gravado por Bill Haley and the Comets em 1955.


Haley obteve sucesso em criar uma música que atraísse a juventude devido ao seu excitante backbeat, seu urgente convite à dança e a dinâmica de sua letra. A melodia foi claramente criada por guitarra elétrica; a letra era pura e simples. Haley encerrou de forma abrupta a ascendência das baladas suaves e sentimentais populares nos anos 40 e início dos 50. Ele também obteve sucesso em traduzir rhythm and blues negro para um formato que as platéias adolescentes brancas pudessem entender.


Bill Haley & The Comets - Rock Around the Clock




O Rock’n’ Roll se tornaria mais popular uma vez que músicos brancos tais como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Carl Perkins e Pat Boone entre outros começaram a gravar sucessos de músicos Afro-Americanos com um sotaque branco.

Elvis Presley - Jailhouse Rock



Jerry Lee Lewis - Great Balls of Fire ao vivo no American Bandstand



Buddy Holly - That'll be the Day



Carl Perkins - Matchbox ao vivo em 1956



Pat Boone - Tutti Frutti



O Rock 'n' roll era para e sobre adolescentes. Suas letras abordavam problemas adolescentes: escola, carros, férias de verão, pais e mais importante, amor juvenil.


Os instrumentos primários do início do rock 'n' roll eram guitarra, baixo, piano, bateria e saxofone. Todos os aspectos da música—sua batida pesada, amplitude sonora, letras egoístas e entrega furiosa—indicavam um desafio adolescente aos valores adultos e a autoridade. Mesmo assim, artistas do Rock’n’Roll negro, previamente citados, tais como Chuck Berry and Little Richard – provavelmente os “pais verdadeiros do rock 'n' roll” não eram ao menos creditados. Somente para ilustrar o que está sendo explanado, Little Richard uma vez afirmou sobre Tutti-Frutti: “Eles colocaram o disco de Pat Boone em cima da cômoda e colocaram o meu na gaveta, debaixo das meias, mas eu estava na mesma casa.”


Após 1964 Rock’n’Roll foi simplesmente chamado de "rock". A mudança na terminologia indica tanto a continuidade com e uma quebra do período inicial; rock já não era mais apenas para dançar. Após 1964 grupos Britânicos tais como os Beatles e os Rolling Stones influenciaram esse estilo musical, ampliando-o ao ponto de gerar mudanças comportamentais e culturais as quais pode-se dizer se reverberam até o presente.

O Fator Alan Freed e a Rádio Luxembourg

Alan Freed, o disc jockey creditado como a pessoa que cunhou o termo rock & roll, nasceu Albert James Freed em 15 de Dezembro de 1921, perto de Johnstown, Pensilvânia.

No colégio Freed formou uma banda conhecida como The Sultans of Swing, na qual ele tocava trombone. Em 1942 Freed conseguiu seu primeiro emprego como radialista na WKST (New Castle, Pensilvânia). Ele assumiu o cargo de locutor esportivo na WKBN (Youngstown, Ohio) no ano seguinte. Em 1945 ele se mudou para a WAKR (Akron, Ohio) e se tornou famoso localmente tocando gravações de “hot jazz” e pop. Em 1949 Freed se mudou para a WXEL-TV em Cleveland.

O proprietário de uma loja de discos, Leo Mintz o convenceu a ser o apresentador de um programa de rhythm & blues na rádio WJW e em 11 de Julho de 1951, se auto-intitulando "Moondog," Freed foi ao ar. Em seu baile "Moondog Coronation Ball" (Baile da Coroação de Moondog) na Arena de Cleveland, com capacidade para 10,000 pessoas em Março de 1952, mais de 20,000 fãs (quase todos negros) destruíram os portões, o que ocasionou o cancelamento do baile. Esse é considerado o primeiro “concerto de rock” da história.

O mesmo também marcou o ponto no qual a audiência de Freed começou a incluir um número cada vez maior de brancos - que subsequentemente ouviram Freed referir-se ao rhythm & blues como "rock & roll.”
Em setembro de 1954 Freed foi contratado pela rádio WINS em Nova York. No mês de Janeiro seguinte, ele fez acontecer um baile que se tornou um marco na cidade, promovendo performers negros como artistas de rock & roll.

Em um mês, a indústria da música estava anunciando discos de "rock & roll" em suas publicações. A proeminente carreira de DJ de Alan Freed terminou depois que a “payola” (termo utilizado para definir os valores pagos pelas gravadoras aos DJs para que tocassem seus discos, vulgarmente conhecido em português como “jabá”) se tornou ilegal nos EUA em 1960.

Rádio Luxembourg – Uma Rádio Pirata

Devido à grande força do sinal que Rádio Luxembourg difundia a toda Europa ocidental, a sua escolha musical encorajava a imitação por vários grupos domésticos. As companhias de discos também compravam tempo na Luxembourg para ainda mais promover a música de Little Richards, Chuck Berry a outros artistas afro-americanos. Quem eram os garotos escutando a estes sons nesta época na Inglaterra?

Podemos dizer que eram os que estavam crescendo juntamente com a reconstrução da Europa dizimada pela guerra.

Sedentos por novas tendências que possibilitar-no-iam a expressar a sua barbárie e a rebeldia, rock and roll foi adotado pela juventude européia, em sua maioria pelos baby-boomers britânicos.
As músicas da Rádio Luxembourg eram escutados em lugares tais como Liverpool, Inglaterra, onde os jovens que mais tarde se tornaram os Beatles também estavam escutando e tentando copiar a música que eles escutavam.

Freed apareceu no famoso filme de Rock and Roll chamado Rock Around the Clock naquele ano, que “arrebentou a sala de cinema em Liverpool” de acordo com Ringo Starr, que estava entre os jovens que compareceram à estréia do filme na sua cidade natal. O show de rádio de Freed entrou na programação da Rádio Luxembourg, uma rádio pirata, tornando assim, “Black Rock and Roll” popular no Reino Unido.

O Final do Anos 50 e o Início do Anos 60—Elvis, Motown e a Invasão Britânica

O grande expoente do rock 'n' roll de 1956 a 1963 foi Elvis Presley, um motorista de caminhão e aspirante a cantor de Tupelo, Mississippi, cuja dinâmica atuação de cunho queixoso e de lamento e sexualidade desinibida imediatamente atraiu platéias jovens ao mesmo tempo em que aterrorizava pessoas mais velhas.


Como o rock 'n' roll se tornou um sucesso financeiro, as gravadora que o tinham considerado uma moda passageira começaram a procurar novos cantores; elas geralmente conseguiam comercializar a música, tirando muito proveito de sua qualidade tempestuosa e insubordinada.


No final dos anos 50, por exemplo, houve uma moda passageira de canções sentimentalmente mórbidas tais como “Tell Laura” e “Teen Angel.” Quando Elvis decide servir seu país entrando para o exército em 1957, haveria uma lacuna, a qual seria preenchida pela “Motown.”

Na virada da década Detroit se tornou um importante centro para cantores negros e um certo tipo de som conhecido como “Motown” [motor town], nome dado para Motown Records, se desenvolveu.

O estilo é caracterizado por um cantor principal, cantando uma quase impressionista estória com melodia acompanhada de harmonias elegantes, consistentes e articuladas de um grupo de apoio.


Expoentes populares deste estilo são os Temptations, Smokey Robinson and the Miracles, Diana Ross and the Supremes e Gladys Knight and the Pips.

O rock novamente retomou a popularidade em 1962 com o surgimento dos Beatles, um grupo de quarto rapazes cabeludos de Liverpool, Inglaterra. Eles foram inicialmente aclamados por sua energia e personalidades individuais atraentes ao contrário de quaisquer inovações em sua música, a qual era derivada de (Chuck) Berry and (Elvis) Presley.

Sua popularidade inevitavelmente produziu outros grupos com nomes pouco usuais. Um dos mais importantes desses foram os Rolling Stones, cuja música derivava da tradição negra do blues. Essas bandas Britânicas instigaram a um retorno à orientação blues do rock 'n' roll, embora em reencarnações ainda mais altas (em volume) e mais elétricas.

Após o término do período de Elvis no exército na Alemanha em 1959, o cenário musical tinha passado por importantes mudanças, tais como o surgimento da Motown (como mencionado anteriormente) para mencionar apenas um!


Os Beatles e a “Invasão Britânica” logo iriam se unir a essas mudanças, sem mencionar o fato que, em seus dois primeiros álbuns, os Beatles gravaram alguns nomes da Motown tais como Smokey Robinson and the Miracles, The Isley Brothers, The Marvelettes e Barrett Strong. O breve hiato de Elvis, embora breve, foi suficiente para manter o “Rei” afastado de seu trono.

Ele nunca desfrutaria da mesma popularidade que havia desfrutado no início de sua carreira.


Smokey Robinson and the Miracles - You Really Got a Hold on Me



The Isley Brothers - Shout



Diana Ross and the Supremes - Stop in the Name of Love



The Marvelettes - Please Mr.Postman



Gladys Night and the Pips - I Don't Want to do Wrong

O Paradoxo do Rock'n'Roll dentro dos E.U.A. Ed Sullivan e A Invasão Britânica

O Show de TV American Bandstand entra no ar nos EUA quando a Juventude Britânica já estava em contato com o Rock’n’Roll em função da Radio Luxembourg entre outros fatores.

Vale a pena mencionar o programa de TV de Dick Clark no final dos anos 50, chamado American Bandstand (primeira vez no ar em rede ABC no dia 5 de agosto de 1957, segunda-feira).

É de fato uma coincidência que Paul McCartney tenha sido apresentado à John Lennon quando o grupo do Lennon, “The Quarrymen” estava tocando em Garden Fete, na igreja de St. Peter, em Liverpool, no dia 7 de junho de 1957, ou seja "dois meses antes do programa do Dick Clark entrar no ar pela primeira vez nos EUA". Um paradoxo histórico – American Bandstand era um dos poucos programas em que se podia ver artistas negros do Rock and Roll na TV.

Dick Clark foi fabuloso no sentido que ele tinha o melhor dos artistas negros do Rock and Roll no seu show. Dick Clark revelou ao público a fonte da originalidade desta música. Por vários anos Clark proporcionou a artistas negros, um palco para se desempenhar, em nível nacional.

Bandas de rock começaram a surgir em todos os lugares do Reino Unido, muito influenciados por artistas negros americanos que não tinham o devido crédito em casa. Os jovens britânicos também escutavam os cantores de Blues.

É mister mencionar que os próprios Rolling Stones eram grandes fãs de cantores de Blues, tais como Muddy Waters, Howlin’ Wolf, John Lee Hooker e outros. Como conseqüência, um grande número de jovens começou a aprender tocar guitarra por si próprio (dentro dos quais podemos citar George Harrison, Eric Clapton, Jimmy Page, Jeff Beck entre outros) escutando artistas afro-americanos de Rock and Roll, criando assim a base do chamado Rock Britânico. Rock and Roll foi então reempacotado neste formato e revendido ao público branco americano.


The Beatles e o The Ed Sullivan Show


Em 9 de fevereiro de 1964, os Beatles estréiam no palco do “The Ed Sullivan Show” e faz com que milhares de adolescentes gritem convulsionando por toda a América, desconcertando milhões de pais. Um número estimado de 73 milhões de telespectadores assistiu ao show naquela noite de 64. John Lennon estava tão nervoso que colou as letras das músicas no dorso da sua guitarra. Como explica Ringo Starr, a banda não tinha entendido a importância de aparecer no programa de domingo de Sullivan, até a chegar aos EUA.

The Beatles no Ed Sullivan - All My Lovin'



Uma nova lista do Top 100 da VH1 e da revista Entertainment Weekly comentam que foi grande momento do Rock and Roll na TV. O dia em que Beatlemania – um termo utilizado para escrever a frenesi dos fãs (particularmente as jovens adolescentes) – atingiu os EUA para ficar para sempre.

Esta apresentação se tornou a grande “porta de entrada” para muitas bandas que seguiram os Beatles. Bandas como The Rolling Stones, The Animals, Gerry & The Pacemakers, Herman's Hermits, The Searchers e outros, que atuaram performances históricas das músicas hoje clássicas, que continuam a ressonar aos dias de hoje. O resultado foi que um incontável número de bandas britânicas começou a encabeçar a lista das músicas mais tocadas nos EUA.

De modo a entender como os jovens norte-americanos abraçaram os Beatles in 1964 no The Ed Sullivan Show, vale a pena mencionar que a sociedade norte-americana ainda estava vivendo a trauma do assassinato do seu presidente John F. Kennedy, morto no dia 22 de novembro de 1963, durante uma carreata nas ruas de Dallas. América ainda estava em luto pela morte do presidente, e os Beatles aparecem na cena trazendo diversão e entretenimento para acabar com o luto. Eles também trouxeram para a América uma nova roupagem para o Rock and Roll.


A HARD DAY’S NIGHT E A SUBSEQÜÊNTE INVASÃO BRITÂNICA

De volta para a Inglaterra, os Beatles estrelam o filme “Hard Day´s Night”, que pode ser descrito como uma crônica perfeita da Beatlemania numa análise mais profunda. O filme não só retrata a Beatlemania, mas também sugere também a necessidade de trocar os velhos valores tradicionais e conservadores. A juventude que está tomando o poder não está disposta a aceitar conceitos e comportamentos da era pré-guerra. Isto se faz claro na cena em que dois homens idosos no trem onde os Beatles estão viajando. O primeiro idoso é retratado no filme como um ‘encrenqueiro’ e segundo idoso reinvidica que deve ser respeitado, pois lutara a guerra para eles dizendo: “Não adote esse tom comigo, rapaz. Eu lutei a guerra a por gente como você.”















A Invasão Britânica

A Invasão Britânica foi um influxo de artistas do rock britânicos que se tornaram popular nos EUA, Austrália, Canadá e outros lugares. A Invasão Britânica Clássica foi entre 1964 – 1966, mas o termo também se aplica para “ondas” posteriores de artistas do Reino Unido, que impactaram significantemente, mercados de entretenimento fora da Inglaterra.

A Invasão Britânica original teve o seu pico no final de 1965 e início de 1966, e essencialmente esvainecido em 1967, quando o estilo de gravação de artistas americanos e britânicos deixou de ser distintos. A esta altura, os estilos e as influências das bandas britânicas tinham completamente renovado o cenário Rock and Roll americano, entrando a música popular num período notavelmente criativo e influente, que perdurou até os anos 70. Vários subgêneros apareceram, tais como Folk Rock, Psychedelic Music, Garage Bands, Acid Rock e muitos outros.

A influência da Invasão Britânica original dos anos 60 sobre o desenvolvimento subseqüente da música rock não pode ser ignorado. A Invasão Britânica tornou padrão o modelo do grupo de rock com membros originais (em oposição a artista rock solo com uma banda anônima ou músicos de estúdio). O movimento também auxiliou no estabelecimento do padrão em que as próprias bandas compõem as suas próprias músicas.

Os britânicos também estabeleceram o LP de alta fidelidade como mídia principal para as suas músicas, que anteriormente eram feitos em compactos. O som da Invasão Britânica conduziu diretamente ao desenvolvimento de gêneros tais como acid rock, heavy metal e rock progressivo, e também seria ecoado nos movimentos punk rock, power pop e New Wave dos anos 70 e 80.

Mas é também importante notar que a pura sensação de êxtase gerada pela Invasão Britânica original, ajudou na ignição de um verdadeiro reflorescimento e revolução da música popular e cultura jovem, que nunca mais foi repetido.

Em resumo, a Invasão Britânica fundiu os mercados e as indústrias de música americana e britânica, impondo padrões para o mercado e indústria global de música, como conhecemos atualmente.

Os primeiros Artistas da Invasão Britânica:

The Tornados
The Action
The Animals
The Beatles
Belfast Gypsies
Dave Berry
The Birds
Chad and Jeremy
Cilla Black
Cliff Bennett
Cream
The Creation
The Dave Clark Five
Deep Purple
Donovan
The Downliners Sect
Dusty Springfield
Freddie and the Dreamers
Georgie Fame
Gerry & the Pacemakers
Graham Bond
Herman's Hermits
The Hollies
The Honeycombs
The Kinks
Billy J. Kramer with The Dakotas
Long John Baldry
Lulu
Manfred Mann
Marianne Faithfull
The Mindbenders
The Moody Blues
The Move
The Nashville Teens
Peter & Gordon
Petula Clark
The Pretty Things
Procol Harum
The Rolling Stones
Sandie Shaw
The Searchers
The Shadows
The Small Faces
The Spencer Davis Group
The Swinging Blue Jeans
Them
Tom Jones
The Tremeloes
The Troggs
Unit 4 + 2
The Walker Brothers
The Who
The Yardbirds
The Zombies

Contexto Sócio-Cultural Que Propiciou o Surgimento dos Beatles

Para entender-se o fenômeno Beatles, devemos voltar no tempo a analisar o ambiente histórico no qual eles estão inseridos.

Consideremos a Segunda Guerra Mundial como ponto inicial. Em sua essência, podemos nos referir aos Beatles como baby-boomers (nascidos durante um momento de explosão demográfica), embora eles tenham nascido pouco antes do período da (verdadeira) explosão demográfica (que ocorreu a partir de 1945). No que se refere essa explosão, é sabido que devido à mesma, muitos países ocidentais tiveram problemas de delinqüência juvenil. Mas ao mesmo tempo, um jovem mercado consumidor foi criado. Uma geração que ao atingir a maioridade viria posteriormente a questionar o “establishment”, desconfiar das promessas dos políticos e qualquer pessoa com mais de 30 anos. Nesse cenário, outros ícones “floresceriam,”

O Ambiente

O ambiente pós-guerra na Europa era de reconstrução e baixa moral devido à perda de referências geradas pelo conflito mundial. As principais cidades da Europa tinham sido completamente destruídas, trazendo a tona mudanças psicológicas e comportamentais na população européia como um todo. Artistas famosos e personalidades públicas, as quais costumavam ser ídolos na Europa pré-Guerra, foram soterradas no esquecimento juntamente com o caos. Esta é a paisagem na qual os Beatles, por exemplo, foram criados.

A Europa buscava novas idéias, pois o velho (antigo) havia partido além de se encontrar danificado. Os Estados Unidos, por sua vez eram uma fonte de inspiração para uma Europa dilacerada. Isso criou espaço para alguns movimentos culturais na Europa, em contraste com um belo cenário nos EUA.

Alguns desses movimentos incluíam os "Mods" que se expressavam pela veneração de um estilo de vida que se baseava em ternos pretos, música negra, especialmente o “rhythm’n’ blues”, e lambretas.


Havia também os “Exies”, ou Existencialistas, inspirados por Jean Paul Sartre - romancista, autor teatral, filósofo existencialista, tendo recebido grau de doutorado na Sorbonne, o qual tendia a ver o lado triste da natureza humana.


Os EUA, por outro lado, não tendo sido cenário de batalhas como ocorrera do outro lado do Atlântico, tendia a ser cada vez mais conservador, para mostrar ao mundo que as instituições sociais tinham sido preservadas, pelo menos naquele país. Entretanto, tipos de heróis rebeldes, como James Dean, Elvis Presley e Marlon Brandon estavam em demanda pelos jovens, contrastando com o panorama conservador, centrado nos moldes de família do Mundo Ocidental nos anos 50. A juventude estava ávida por novos ícones culturais. Como resultado, os anos 60 se tornaram a era da juventude, visto que 70 milhões de crianças advindas do “baby boom” pós-Segunda Guerra haviam nascido.



Infelizmente, valores conservadores, incluiriam em contraste, preconceito, racismo bem como segregação. Tais valores seriam reforçados como conseqüência da Segunda Guerra Mundial. Os EUA tendiam mais a ser uma cultura mais provavelmente centrada na família (como já mencionado), a qual não permitia a completa extroversão do poder jovem, apesar do surgimento de ícones Norte Americanos. Pode-se dizer que os jovens até aquele momento simplesmente não possuíam as ferramentas para puxar o gatilho que disparasse um comportamento mais desafiador. O palco estava montado para o Rock and Roll e suas conseqüências culturais. O mundo nunca mais seria o mesmo depois que o rock and roll entrou em cena pois houve a uma dissensão contra os conservadores anos que no final, resultou em formas revolucionárias de se pensar e em uma mudança real no tecido cultural da vida americana. Não mais satisfeitos em serem uma imagem da geração a sua frente, os jovens queriam mudanças. Essas mudanças afetariam a educação, valores, estilos de vida, leis e entretenimento mais adiante.