O DIA 10 DE MAIO E AS CONSPIRAÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS - LENNON MORTO

Um data peculiar (para utilizar uma palavra amena) na história contemporânea. Por quê?

Responda rápido: O que John Wilkes Booth (1838-1865), assassino de Abraham Lincoln, James Earl Ray (1929-1998), acusado pelo assassinato de Martin Luther King, Jr. e Mark David Chapman (52 anos), assassino de John Lennon têm em comum?

Bem, permita que eu responda:

· John Wilkes Booth (1838-1865)

Assassinou o Presidente Norte-Americano Abraham Lincoln em 1865 enquanto o mesmo assistia uma peça teatral no Ford's Theatre localizado no número 511 da Rua 10 em Washington D.C.. O fato ocorreu da seguinte forma: Apenas 5 dias após a rendição do General Lee, ou Robert E. Lee a Ulysses S. Grant, colocando fim a Guerra Civil Americana em Appomattox Court House – ex-cidade localizada no sudeste central do estado de Virgínia - Lincoln sentava-se no "State Box" (camarote reservado às autoridades) assistindo a peça Nosso Primo Americano. John Wilkes Booth, um ator bem conhecido na época, mas desesperado em ajudar os moribundos Confederados, entrou no camarote de Lincoln, disparando um tiro em sua cabeça.

Ele então pulou sobre o palco e gritou "tyrannis de semper de Sic" – “assim sempre para tiranos” que é o lema da bandeira do Estado da Virgínia (algumas pessoas ouviram "O Sul está vingado"!) pouco antes de fugir por um beco. Foi morto após ser encontrado escondido em galpão de armazenamento de tabaco o qual foi primeiramente incendiado, tendo sido arrastado com vida para fora do mesmo em chamas para ser executado a tiros 12 dias após ter assassinado Lincoln.

· James Earl Ray (10 de Março de 1928 – 23 de Abril de 1998)

Foi condenado pelo assassinato do líder em defesa dos direitos humanos Dr. Martin Luther King, Jr.. Ray tinha sido um escroque insignificante, um assaltante de postos de gasolina e lojas de conveniência, que já havia cumprido pena, uma vez em Illinois e duas vezes em Missouri, e recebido uma sentença de suspenção em Los Angeles.

Ele escapou da Penitenciária Estadual do Missúri no dia 23 de abril de 1967; e em Memphis, Tennessi, quase um ano mais tarde, no dia 4 de abril de 1968, de uma janela de uma casa vizinha, ele disparou contra King, que estava na sacada do Lorraine Motel localizado no número 450 da Mulberry Street em Memphis, Tennessee no dia 4 de Abril de 1968 (observação: O Lorraine Motel não foi escolha de King...) Ray também possui o diferencial de ter sido colocado duas vezes na lista dos Dez Mais Procurados do FBI.

Após o assassinato Ray fugiu para Toronto, munido de um passaporte canadense emitido por uma agência de viagens, voou para Londres (5 de maio), então a Lisboa (7 de maio), onde ele muniu de um segundo passaporte canadense (16 de maio), e de volta a Londres (17 de maio). Em 8 de junho, ele foi preso pela polícia de Londres no Aeroporto de Heathrow enquanto aguardava para embarcar para Bruxelas; o FBI havia decretado Ray como principal suspeito quase imediatamente após o assassinato. De volta a Memphis, Ray se declarou culpado em um julgamento, e foi sentenciado a 99 anos de prisão. Meses mais tarde, ele retratou-se de sua confissão, sem efeito.

Em junho de 1977 Ray escapou da Prisão de Brushy Mountain (Tennessi) e permaneceu solto por 54 horas antes de ser recapturado numa maciça caçada humana.

O FATOR LOYD JOWERS

Em 1997, Dexter King, filho de Martin Luther King se encontrou com Ray e publicamente apoio os esforços de Ray no sentido de obter um novo julgamento devido ao fato de que um homem chamado Loyd Jowers, dono de um restaurante chamado Jim's Grill, próximo ao Lorraine Motel, ter aparecido no Programa Prime Time da rede de TV Norte-America ABC em 1993, dando detalhes de uma conspiração envolvendo a máfia e o Governo para matar King.


Em 1998, a família de King entrou com um processo de “wrongful death”, ou provocação de morte, contra Jowers e “outros co-conspiradores desconhecidos pelo assassinato de King. Um júri de Memphis declarou Jowers responsável pelo assassinato, em 8 de dezembro de 1999 e que o plano de assassinato também continha “agências governamentais”.


A família de King recebeu um valor simbólico de $100,00 dólares em sinal de recompensa por não acompanhar o caso por questões financeiras. Logo em seguida, a Divisão de Direitos Humanos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou uma investigação baseada nas alegações de Jowers. A investigação se encerrou em junho de 2000 e concluiu não haver razões para se acreditar nas alegações de Jowers.


A família de King recebeu um valor simbólico de $100,00 dólares em sinal de recompensa por não acompanhar o caso por questões financeiras. Jowers faleceu no dia 20 de maio de 2000, vítima de ataque cardíaco.


Quanto a Ray, passou o resto de seus dias, tentando, sem sucesso, retirar sua alegação de culpa - artifício utilizado inicialmente como forma de livrá-lo da pena de morte - buscando um novo julgamento que nunca ocorreu.


Até os dias de hoje existem vários pontos obscuros quanto ao assassinato de Martin Luther King. Sendo que o mesmo advogado que trabalhou para Ray até sua morte em 1998, vítima de um ataque cardíaco Dr. William Pepper continua no caso do assassinato, hoje como advogado da família King, uma vez que a mesma não acredita que Ray tenha tido qualquer envolvimento com o assassinato do líder King.


O mesmo Dr. William Pepper, sugere em entrevistas que podem ser assistidas no Youtube, que tudo possa ter sido conspiração do Establishment Estadunidense, uma vez que todas as apelações para um segundo julgamento de James Earl Ray foram arquivadas com quase nenhuma menção midiática. Cita um fato bastante curioso, que deixa no ar suas suspeitas de conspiração: Um dos juízes encarregados de analisar uma das apelações, foi encontrado morto, com o rosto sobre a mesma em seu gabinete, e a causa morte “oficial”, teria sido um fulminante ataque cardíaco, ou seja, Ray pode ter sido o assassino que nunca foi...


· Mark David Chapman (1955)
Nascido no dia 10 de maio 1955 em Fort Worth, Texas, notadamente atirou e matou o ex-Beatle John Lennon no dia 8 de dezembro de 1980. Permaneceu na cena do crime até ser detido e alegou que o livro O Apanhador no Campo de Centeio explicaria sua perspectiva e motivação.


Foi permitido a Chapman declarar-se culpado por assassinato em segundo grau antes que seu julgamento começasse e, apesar de ser avaliado como “em estado de alucinação” e talvez psicótico, ele foi sentenciado à prisão perpétua com direito a pleitear liberdade condicional após os primeiros 20 anos.


Pedido de livramento condicional foi negado quatro vezes entre campanhas contra sua liberação, e permanece encarcerado na Prisão do Estadual de Attica em Nova York.
Mark David Chapman foi o primeiro filho do casal David e Diane, ele um sargento da Força Aérea Norte-Americana e ela, uma enfermeira.


Logo após seu nascimento, a família se mudou para Atlanta. Sua irmã, Susan, nasceu sete anos depois. Chapman conta que viveu sempre com pavor de seu pai que espancava sua mãe e que acordava ouvindo sua mãe gritando e chamando seu nome, o que, segundo ele, o assustava muito. Ele diz que corria para ajudar a mãe, chegando a empurrar seu pai, a quem chegou a confessar, ter fantasiado arrumar uma arma para matá-lo.


Era considerado um garoto normal e detentor de um QI acima da média. Em uma entrevista ao jornalista Jack Jones afirmou que costumava fantasiar que era um rei cercado de pessoas pequeninas que moravam em paredes. A fantasia incluía ser ele o herói dessas pessoinhas, que aparecia nos jornais e TV todos os dias e que era importante. Disse também que esse quadro englobava a veneração dessas “pessoinhas” das paredes, pois, segundo ele, as mesmas não pensavam que ele pudesse alguma vez estar errado. Afirmou também que caso ficasse nervoso com algumas delas, simplesmente apertava um botão no braço do sofá que explodiria parte da parede matando várias delas, e ainda assim seria perdoado pelas pessoas e tudo voltava ao normal. Segundo ele, essa foi uma fantasia que durou muitos anos.


Em seus dois primeiros anos de ginásio, Chapman foi usuário de drogas tendo algumas vezes “cabulado” aula e uma vez fugido para viver nas ruas por duas semanas. Chapman relatou que era violento. Sua banda favorita era os Beatles. Tornou-se evangélico aos 16 anos e conheceu sua primeira namorada. Também na mesma época, começou a distribuir panfletos com passagens da Bíblia. Começou a trabalhar na Associação Cristã de Moços como um conselheiro de acampamento de verão, onde era chamado de Nemo pelas crianças.


Chegou a ganhar um prêmio de conselheiro de destaque, tornando-se posteriormente, diretor assistente. O diretor executivo de sua divisão chegou a afirmar: “Se houve uma pessoa que tinha potencial para fazer o bem, foi Mark”. Chapman teve vários outros empregos dos quais foi demitido. Voltou posteriormente à Associação Cristã de Moços para trabalhar com êxito junto aos refugiados Vietnamitas em Arkansas (após uma curta visita ao Líbano, patrocinada pela mesma Associação). Foi nomeado coordenador de área tendo sido assistente chave de David Moore, diretor do programa de auxílio aos refugiados.


Em 1980, Moore disse a repórteres: “Ele era muito cuidadoso com os refugiados e trabalhou de forma exaustiva para fazer tudo exatamente da forma correta. Ele era um super rapaz”. Há relatos que Chapman o acompanhou em encontros com oficiais do governo, tendo trocado um aperto de mão com o ex-presidente norte-americano Gerald Ford (falecido em 2006).


Entretanto, seu trabalho terminou e Chapman foi estudar juntamente com sua namorada, Jéssica Blankenship no Covenant College, uma faculdade estritamente Presbiteriana no Tenessi. Chegaram a falar sobre casamento, mas Chapman abandonou seus estudos e carreira, tornando-se obcecado por ter tido um romance com outra garota e afundou em depressão clínica. Ele voltou a trabalhar no campo de refugiados de onde saiu pouco tempo depois devido a uma discussão.


Arrumou emprego como segurança, inicialmente desarmado, mas logo após fez um curso intensivo de uma semana o qual lhe propiciou trabalhar armado. Chapman saiu de casa após brigar com seus pais e foi morar na Associação Cristã de Moços ou nas ruas, gastando com curtas viagens ao Havaí.


Em 1977, tentou se suicidar por asfixia dentro de um carro, mas a mangueira do aspirador de pó se derreteu no escapamento e ele foi descoberto. Chapman foi hospitalizado por doença mental. Quando teve alta, o hospital o contratou para trabalhar meio-período. Seu supervisou relatou: “Todos os pacientes, principalmente os mais velhos, com quem ninguém conversava, adoravam esse rapaz, e eu não posso falar mal dele.” Foi nessa época que seu amigo Michael McFarland lhe recomendou o livro O Apanhador no Campo de Centeio, e a estória tomou grande significado para ele ao ponto do mesmo ter relatado seu desejo de modelar sua vida inspirando-se no protagonista do livro, Holden Caulfield, um rapaz perturbado, porém gentil, sensível e com preocupações sociais.


Chapman fez uma viagem pelos países asiáticos. Nessa mesma época, iniciou um relacionamento com uma agente de viagens norte-americana descendente de japoneses chamada Gloria Abe com que se casou em 1979. Ainda trabalhando no hospital, teve desentendimentos com outros funcionários e se demitiu. Ele começou a desenvolver obsessões que incluíam arte e se endividou. Ele relatou que nessa época começou a ouvir vozes das “pessoinhas” novamente. Em setembro de 1980 ele escreveu uma carta para uma amiga chamada Lynda Irish dizendo: “Eu estou enlouquecendo” assinado “O Apanhador no Campo de Centeio”.


O Assassinato de John Lennon

Chapman foi à Nova Iorque em outubro 1980 planejando matar Lennon, mas partiu para Atlanta para obter balas com um amigo que desconhecia as intenções de Chapman, Dana Reeves. Retornou a Nova Iorque em novembro, mas relata que depois de ir ao cinema e ficar inspirado pelo filme "Gente Como a Gente", ele retornou ao Havaí, contando à sua esposa que havia ficado obcecado com a idéia de matar Lennon, mas havia superado. Em 6 de dezembro ele voou de volta a Nova Iorque. Ele relatou ter re-encenado algum acontecimento imaginário de Caulfield ocorridos durante sua permanência em Nova Iorque, de acordo com o Apanhador no Campo de Centeio.


Na manhã do dia 8 de dezembro de 1980, tendo deixado itens pessoais no seu quarto de hotel para a polícia encontrar, Chapman comprou uma cópia do Apanhador no Campo de Centeio em uma livraria de Nova Iorque, em que ele escreveu "Isto é minha declaração", assinado "Apanhador no Campo de Centeio". Ele então passou a maior parte do dia perto na entrada do Edifício Dakota onde Lennon morava, conversando com outros fãs e o porteiro. No final da manhã, Chapman encontrou a governanta dos Lennons, que acabava de levar seu filho Sean Lennon, então com 5 anos, para um passeio. Chapman conversou com a governanta e Sean deu-lhe um tapinha na cabeça quando partiram.


Por volta das 4h da tarde, John e Yoko deixaram o Dakota para uma sessão de gravação nos Estúdios Record Plant. Enquanto caminhavam até sua limusine, Chapman trocou um aperto de mão com Lennon e pediu lhe deu uma cópia do novo disco de Lennon Double Fantasy para que ele o autografasse no que foi atendido. Um fã e fotógrafo amador estava presente quando Lennon autografou o disco de Chapman, fotografando o evento. Chapman relatou que “Naquele ponto, minha maior parte tinha vencido e eu quis voltar ao meu hotel, mas não consegui. Eu esperei até que ele voltasse”.


Por volta das 22h50min, a limusine de Lennon retornou ao Dakota. John e Yoko passaram por Chapman e caminharam em direção da entrada em formato de arco do pátio do edifício. Da rua, Chapman se virou e disparou cinco balas Hollow Point, (conhecida como "dundum", geralmente usada por profissionais, porque quando atinge uma pessoa se abre como um guarda-chuva ampliando o poder de destruição) de um revolver Charter Arms, calibre 38 revolver, o qual ele havia comprado no Havaí, sendo que quatro delas atingiram as costas e o ombro de Lennon.


Uma das balas fatalmente perfurou a aorta de Lennon, causando grande perda de sangue. Existem depoimentos que afirmam que, antes de atirar, Chapman gritou "Mr. Lennon!" e se colocou em posição de combate, mas isso não consta em audiências do tribunal ou até mesmo entrevistas.


Chapman permaneceu na cena do crime, sacando seu exemplar do livro “O Apanhador no Campo de Centeio” tentando lê-lo até que a polícia chegasse. Os policiais do Departamento de Polícia de Nova Iorque a chegar ao local, reconheceram que os ferimentos de Lennon eram sérios e decidiram transportá-lo em seu próprio carro de polícia ao Roosevelt Hospital. Chapman foi preso sem maiores incidentes. Em sua declaração à polícia três horas mais tarde, Chapman afirmou: “Eu tenho certeza que a maior parte de mim é Holden Caulfield, que é a principal pessoa no livro. A menor parte de mim deve ser o Diabo”.


Lennon foi declarado morto às 23h15minhrs da noite após ter perdido mais de oitenta por cento de seu sangue.

Testemunho e sentenciamento

Chapman foi acusado por assassinato em segundo grau. Em uma audiência inicial em Janeiro de 1981, o advogado de Chapman Jonathan Marks entrou como uma alegação de “inocente por razões de insanidade”. Sua equipe de defesa buscou estabelecer seu estado mental no momento do assassinato e Chapman foi entrevistado por psiquiatras durante centenas de horas.


Nove estavam prontos para testemunhar em seu julgamento que ele era psicótico e três afirmavam que ele não exatamente se encaixava nos critérios que determinam psicose. É relatado que sua equipe de defesa estava confiante que ele seria inocentado por motivo de insanidade, caso no qual, ele teria sido encaminhado a um hospital psiquiátrico estadual e recebido tratamento.


Entretanto, em junho, Chapman contou a Marks que desejava retirar a alegação de insanidade e declarar-se culpado. Marks se opôs arduamente levantando “sérias questões” com relação a sua sanidade e legalmente desafio sua competência para tomar essa decisão. Entretanto, após uma análise posterior na qual os psiquiatras concluíram que ele era competente apesar de alucinado e uma breve audiência na qual Chapman negou quaisquer ameaças ou que promessas tivessem sido feitas, ele disse que Deus tinha lhe dito para que se declarasse culpado e que ele não mudaria tal declaração independente de sua sentença.


O Juiz Edwards o declarou apto para tal alegação. Em agosto, sem julgamento (devido a sua alegação de culpado), o Juiz Edwards o sentenciou a 20 anos com direito a pleitear liberdade condicional após findo esse prazo, ligeiramente menor do que a pena máxima que prevê esse direito após o cumprimento de 25 anos.

Considerações finais:

Se imaginarmos que dois “acusados de assassinos”, e como tal, condenados, pode ser que estejamos incorrendo no risco de sermos ligeiramente ingênuos. Pelo menos em duas histórias, há precedentes, haja vista outro assassinato obscuro até os dias de hoje, o de John F. Kennedy(por quê os agentes de segurança se afastam do carro do presidente momentos antes dos disparos?)cujo assim denominado assassino, Lee Oswald, não viveu para dar sua versão dos fatos.



Estranhamente também, é todo o mistério que envolve o apagar das luzes de uma amante famosa: Marilyn Monroe...


O que dizer sobre as tentativas de envenenamento de Fidel Castro por parte da CIA, que criou um comprimido especial para envenar Castro e utilizou sua amante alemã para forçá-lo a tomar o comprimido? Castro, que nunca foi bobo, desconfiou?

Lennon, após ter participado durante uma semana inteira, do programa do apresentador Mike Douglas em 1972, começou a ser perseguido pelo governo Estadunidense, o que é bem retratado no documentário “The US vs. John Lennon”.


Fica a pergunta:

Com tantos casos mal resolvidos, ou não devidamente explicados, ou até mesmo, muito bem acobertados, será mesmo que Chapman é o homem culpado pelo assassinato de, ou terá essa história toda uma arquitetura prévia para eliminar-se outro pacifista?