Rock’n’Roll – Uma Breve Visão

Essencialmente híbrido na origem, o rock inclui elementos de vários estilos musicais americanos negros e brancos: blues acompanhado por violão; rhythm and blues negro, destacado por solos de saxofone; música gospel negra e branca; música country e western branca; e as canções de populares crooners brancos e grupos vocais.


Surgindo no período de 1954–55, a música rock era inicialmente chamada de “rock 'n' roll.”, uma mistura natural de todos os elementos anteriormente mencionados, agrupados por Chuck Berry, Little Richard, Fats Domino, Bo Diddley, Roy Gaines e outros nomes Afro-Americanos. Não apenas eles plantaram as sementes do rock and roll como nós o conhecemos, mas eles também deram vida a um novo beat (uma nova batida).


Nesse sentido, é importante enfatizar que o Blues, e Rhythm and Blues eram muito adultos, sensuais, agressivos e unicamente identificados com a cultura negra para serem aceitáveis tanto emocionalmente ou comercialmente sem adaptação. As principais gravadoras há anos produziam discos para públicos negros chamados “race records” ou “discos raciais”.


Chuck Berry - Johnny B Goode



Little Richard - Long Tall Sally




Fats Domino - Ain't That a Shame



Bo Diddley - Hey Bo Diddley/Bo Diddley



Roy Gaines - Jazz




O surgimento do rock 'n' roll significou um ligeiro enfraquecimento quanto à resistência à cultura negra. O rock’n’roll negro inalterado que Haley transformou, pode ser ouvido no trabalho sexualmente adulto de artistas tais como Hank Ballard and the Midnighters (“Work with Me, Annie”) ou “Big” Joe Turner, sendo que "Work with Me, Annie" foi adaptada para platéias brancas tornando-se “Dance with Me, Henry,” ao mesmo tempo em que "Shake, Rattle and Roll" só ganharia notoriedade ao ser gravada por Bill Haley.

"Work with me, Annie" - Trabalho Negro de Conteúdo Sensual - Hank Ballard and the Midnighters



"Dance With Me, Henry" - Versão "Branca" de Work with me, Annie



"Big" Joe Turner - Shake, Rattle and Roll (versão original)




Shake, Rattle and Roll (versão de Bill Haley para platéias "brancas"





O primeiro disco de rock 'n' roll a alcançar popularidade nacional foi “” gravado por Bill Haley and the Comets em 1955.


Haley obteve sucesso em criar uma música que atraísse a juventude devido ao seu excitante backbeat, seu urgente convite à dança e a dinâmica de sua letra. A melodia foi claramente criada por guitarra elétrica; a letra era pura e simples. Haley encerrou de forma abrupta a ascendência das baladas suaves e sentimentais populares nos anos 40 e início dos 50. Ele também obteve sucesso em traduzir rhythm and blues negro para um formato que as platéias adolescentes brancas pudessem entender.


Bill Haley & The Comets - Rock Around the Clock




O Rock’n’ Roll se tornaria mais popular uma vez que músicos brancos tais como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Carl Perkins e Pat Boone entre outros começaram a gravar sucessos de músicos Afro-Americanos com um sotaque branco.

Elvis Presley - Jailhouse Rock



Jerry Lee Lewis - Great Balls of Fire ao vivo no American Bandstand



Buddy Holly - That'll be the Day



Carl Perkins - Matchbox ao vivo em 1956



Pat Boone - Tutti Frutti



O Rock 'n' roll era para e sobre adolescentes. Suas letras abordavam problemas adolescentes: escola, carros, férias de verão, pais e mais importante, amor juvenil.


Os instrumentos primários do início do rock 'n' roll eram guitarra, baixo, piano, bateria e saxofone. Todos os aspectos da música—sua batida pesada, amplitude sonora, letras egoístas e entrega furiosa—indicavam um desafio adolescente aos valores adultos e a autoridade. Mesmo assim, artistas do Rock’n’Roll negro, previamente citados, tais como Chuck Berry and Little Richard – provavelmente os “pais verdadeiros do rock 'n' roll” não eram ao menos creditados. Somente para ilustrar o que está sendo explanado, Little Richard uma vez afirmou sobre Tutti-Frutti: “Eles colocaram o disco de Pat Boone em cima da cômoda e colocaram o meu na gaveta, debaixo das meias, mas eu estava na mesma casa.”


Após 1964 Rock’n’Roll foi simplesmente chamado de "rock". A mudança na terminologia indica tanto a continuidade com e uma quebra do período inicial; rock já não era mais apenas para dançar. Após 1964 grupos Britânicos tais como os Beatles e os Rolling Stones influenciaram esse estilo musical, ampliando-o ao ponto de gerar mudanças comportamentais e culturais as quais pode-se dizer se reverberam até o presente.

O Fator Alan Freed e a Rádio Luxembourg

Alan Freed, o disc jockey creditado como a pessoa que cunhou o termo rock & roll, nasceu Albert James Freed em 15 de Dezembro de 1921, perto de Johnstown, Pensilvânia.

No colégio Freed formou uma banda conhecida como The Sultans of Swing, na qual ele tocava trombone. Em 1942 Freed conseguiu seu primeiro emprego como radialista na WKST (New Castle, Pensilvânia). Ele assumiu o cargo de locutor esportivo na WKBN (Youngstown, Ohio) no ano seguinte. Em 1945 ele se mudou para a WAKR (Akron, Ohio) e se tornou famoso localmente tocando gravações de “hot jazz” e pop. Em 1949 Freed se mudou para a WXEL-TV em Cleveland.

O proprietário de uma loja de discos, Leo Mintz o convenceu a ser o apresentador de um programa de rhythm & blues na rádio WJW e em 11 de Julho de 1951, se auto-intitulando "Moondog," Freed foi ao ar. Em seu baile "Moondog Coronation Ball" (Baile da Coroação de Moondog) na Arena de Cleveland, com capacidade para 10,000 pessoas em Março de 1952, mais de 20,000 fãs (quase todos negros) destruíram os portões, o que ocasionou o cancelamento do baile. Esse é considerado o primeiro “concerto de rock” da história.

O mesmo também marcou o ponto no qual a audiência de Freed começou a incluir um número cada vez maior de brancos - que subsequentemente ouviram Freed referir-se ao rhythm & blues como "rock & roll.”
Em setembro de 1954 Freed foi contratado pela rádio WINS em Nova York. No mês de Janeiro seguinte, ele fez acontecer um baile que se tornou um marco na cidade, promovendo performers negros como artistas de rock & roll.

Em um mês, a indústria da música estava anunciando discos de "rock & roll" em suas publicações. A proeminente carreira de DJ de Alan Freed terminou depois que a “payola” (termo utilizado para definir os valores pagos pelas gravadoras aos DJs para que tocassem seus discos, vulgarmente conhecido em português como “jabá”) se tornou ilegal nos EUA em 1960.

Rádio Luxembourg – Uma Rádio Pirata

Devido à grande força do sinal que Rádio Luxembourg difundia a toda Europa ocidental, a sua escolha musical encorajava a imitação por vários grupos domésticos. As companhias de discos também compravam tempo na Luxembourg para ainda mais promover a música de Little Richards, Chuck Berry a outros artistas afro-americanos. Quem eram os garotos escutando a estes sons nesta época na Inglaterra?

Podemos dizer que eram os que estavam crescendo juntamente com a reconstrução da Europa dizimada pela guerra.

Sedentos por novas tendências que possibilitar-no-iam a expressar a sua barbárie e a rebeldia, rock and roll foi adotado pela juventude européia, em sua maioria pelos baby-boomers britânicos.
As músicas da Rádio Luxembourg eram escutados em lugares tais como Liverpool, Inglaterra, onde os jovens que mais tarde se tornaram os Beatles também estavam escutando e tentando copiar a música que eles escutavam.

Freed apareceu no famoso filme de Rock and Roll chamado Rock Around the Clock naquele ano, que “arrebentou a sala de cinema em Liverpool” de acordo com Ringo Starr, que estava entre os jovens que compareceram à estréia do filme na sua cidade natal. O show de rádio de Freed entrou na programação da Rádio Luxembourg, uma rádio pirata, tornando assim, “Black Rock and Roll” popular no Reino Unido.

O Final do Anos 50 e o Início do Anos 60—Elvis, Motown e a Invasão Britânica

O grande expoente do rock 'n' roll de 1956 a 1963 foi Elvis Presley, um motorista de caminhão e aspirante a cantor de Tupelo, Mississippi, cuja dinâmica atuação de cunho queixoso e de lamento e sexualidade desinibida imediatamente atraiu platéias jovens ao mesmo tempo em que aterrorizava pessoas mais velhas.


Como o rock 'n' roll se tornou um sucesso financeiro, as gravadora que o tinham considerado uma moda passageira começaram a procurar novos cantores; elas geralmente conseguiam comercializar a música, tirando muito proveito de sua qualidade tempestuosa e insubordinada.


No final dos anos 50, por exemplo, houve uma moda passageira de canções sentimentalmente mórbidas tais como “Tell Laura” e “Teen Angel.” Quando Elvis decide servir seu país entrando para o exército em 1957, haveria uma lacuna, a qual seria preenchida pela “Motown.”

Na virada da década Detroit se tornou um importante centro para cantores negros e um certo tipo de som conhecido como “Motown” [motor town], nome dado para Motown Records, se desenvolveu.

O estilo é caracterizado por um cantor principal, cantando uma quase impressionista estória com melodia acompanhada de harmonias elegantes, consistentes e articuladas de um grupo de apoio.


Expoentes populares deste estilo são os Temptations, Smokey Robinson and the Miracles, Diana Ross and the Supremes e Gladys Knight and the Pips.

O rock novamente retomou a popularidade em 1962 com o surgimento dos Beatles, um grupo de quarto rapazes cabeludos de Liverpool, Inglaterra. Eles foram inicialmente aclamados por sua energia e personalidades individuais atraentes ao contrário de quaisquer inovações em sua música, a qual era derivada de (Chuck) Berry and (Elvis) Presley.

Sua popularidade inevitavelmente produziu outros grupos com nomes pouco usuais. Um dos mais importantes desses foram os Rolling Stones, cuja música derivava da tradição negra do blues. Essas bandas Britânicas instigaram a um retorno à orientação blues do rock 'n' roll, embora em reencarnações ainda mais altas (em volume) e mais elétricas.

Após o término do período de Elvis no exército na Alemanha em 1959, o cenário musical tinha passado por importantes mudanças, tais como o surgimento da Motown (como mencionado anteriormente) para mencionar apenas um!


Os Beatles e a “Invasão Britânica” logo iriam se unir a essas mudanças, sem mencionar o fato que, em seus dois primeiros álbuns, os Beatles gravaram alguns nomes da Motown tais como Smokey Robinson and the Miracles, The Isley Brothers, The Marvelettes e Barrett Strong. O breve hiato de Elvis, embora breve, foi suficiente para manter o “Rei” afastado de seu trono.

Ele nunca desfrutaria da mesma popularidade que havia desfrutado no início de sua carreira.


Smokey Robinson and the Miracles - You Really Got a Hold on Me



The Isley Brothers - Shout



Diana Ross and the Supremes - Stop in the Name of Love



The Marvelettes - Please Mr.Postman



Gladys Night and the Pips - I Don't Want to do Wrong

O Paradoxo do Rock'n'Roll dentro dos E.U.A. Ed Sullivan e A Invasão Britânica

O Show de TV American Bandstand entra no ar nos EUA quando a Juventude Britânica já estava em contato com o Rock’n’Roll em função da Radio Luxembourg entre outros fatores.

Vale a pena mencionar o programa de TV de Dick Clark no final dos anos 50, chamado American Bandstand (primeira vez no ar em rede ABC no dia 5 de agosto de 1957, segunda-feira).

É de fato uma coincidência que Paul McCartney tenha sido apresentado à John Lennon quando o grupo do Lennon, “The Quarrymen” estava tocando em Garden Fete, na igreja de St. Peter, em Liverpool, no dia 7 de junho de 1957, ou seja "dois meses antes do programa do Dick Clark entrar no ar pela primeira vez nos EUA". Um paradoxo histórico – American Bandstand era um dos poucos programas em que se podia ver artistas negros do Rock and Roll na TV.

Dick Clark foi fabuloso no sentido que ele tinha o melhor dos artistas negros do Rock and Roll no seu show. Dick Clark revelou ao público a fonte da originalidade desta música. Por vários anos Clark proporcionou a artistas negros, um palco para se desempenhar, em nível nacional.

Bandas de rock começaram a surgir em todos os lugares do Reino Unido, muito influenciados por artistas negros americanos que não tinham o devido crédito em casa. Os jovens britânicos também escutavam os cantores de Blues.

É mister mencionar que os próprios Rolling Stones eram grandes fãs de cantores de Blues, tais como Muddy Waters, Howlin’ Wolf, John Lee Hooker e outros. Como conseqüência, um grande número de jovens começou a aprender tocar guitarra por si próprio (dentro dos quais podemos citar George Harrison, Eric Clapton, Jimmy Page, Jeff Beck entre outros) escutando artistas afro-americanos de Rock and Roll, criando assim a base do chamado Rock Britânico. Rock and Roll foi então reempacotado neste formato e revendido ao público branco americano.


The Beatles e o The Ed Sullivan Show


Em 9 de fevereiro de 1964, os Beatles estréiam no palco do “The Ed Sullivan Show” e faz com que milhares de adolescentes gritem convulsionando por toda a América, desconcertando milhões de pais. Um número estimado de 73 milhões de telespectadores assistiu ao show naquela noite de 64. John Lennon estava tão nervoso que colou as letras das músicas no dorso da sua guitarra. Como explica Ringo Starr, a banda não tinha entendido a importância de aparecer no programa de domingo de Sullivan, até a chegar aos EUA.

The Beatles no Ed Sullivan - All My Lovin'



Uma nova lista do Top 100 da VH1 e da revista Entertainment Weekly comentam que foi grande momento do Rock and Roll na TV. O dia em que Beatlemania – um termo utilizado para escrever a frenesi dos fãs (particularmente as jovens adolescentes) – atingiu os EUA para ficar para sempre.

Esta apresentação se tornou a grande “porta de entrada” para muitas bandas que seguiram os Beatles. Bandas como The Rolling Stones, The Animals, Gerry & The Pacemakers, Herman's Hermits, The Searchers e outros, que atuaram performances históricas das músicas hoje clássicas, que continuam a ressonar aos dias de hoje. O resultado foi que um incontável número de bandas britânicas começou a encabeçar a lista das músicas mais tocadas nos EUA.

De modo a entender como os jovens norte-americanos abraçaram os Beatles in 1964 no The Ed Sullivan Show, vale a pena mencionar que a sociedade norte-americana ainda estava vivendo a trauma do assassinato do seu presidente John F. Kennedy, morto no dia 22 de novembro de 1963, durante uma carreata nas ruas de Dallas. América ainda estava em luto pela morte do presidente, e os Beatles aparecem na cena trazendo diversão e entretenimento para acabar com o luto. Eles também trouxeram para a América uma nova roupagem para o Rock and Roll.


A HARD DAY’S NIGHT E A SUBSEQÜÊNTE INVASÃO BRITÂNICA

De volta para a Inglaterra, os Beatles estrelam o filme “Hard Day´s Night”, que pode ser descrito como uma crônica perfeita da Beatlemania numa análise mais profunda. O filme não só retrata a Beatlemania, mas também sugere também a necessidade de trocar os velhos valores tradicionais e conservadores. A juventude que está tomando o poder não está disposta a aceitar conceitos e comportamentos da era pré-guerra. Isto se faz claro na cena em que dois homens idosos no trem onde os Beatles estão viajando. O primeiro idoso é retratado no filme como um ‘encrenqueiro’ e segundo idoso reinvidica que deve ser respeitado, pois lutara a guerra para eles dizendo: “Não adote esse tom comigo, rapaz. Eu lutei a guerra a por gente como você.”















A Invasão Britânica

A Invasão Britânica foi um influxo de artistas do rock britânicos que se tornaram popular nos EUA, Austrália, Canadá e outros lugares. A Invasão Britânica Clássica foi entre 1964 – 1966, mas o termo também se aplica para “ondas” posteriores de artistas do Reino Unido, que impactaram significantemente, mercados de entretenimento fora da Inglaterra.

A Invasão Britânica original teve o seu pico no final de 1965 e início de 1966, e essencialmente esvainecido em 1967, quando o estilo de gravação de artistas americanos e britânicos deixou de ser distintos. A esta altura, os estilos e as influências das bandas britânicas tinham completamente renovado o cenário Rock and Roll americano, entrando a música popular num período notavelmente criativo e influente, que perdurou até os anos 70. Vários subgêneros apareceram, tais como Folk Rock, Psychedelic Music, Garage Bands, Acid Rock e muitos outros.

A influência da Invasão Britânica original dos anos 60 sobre o desenvolvimento subseqüente da música rock não pode ser ignorado. A Invasão Britânica tornou padrão o modelo do grupo de rock com membros originais (em oposição a artista rock solo com uma banda anônima ou músicos de estúdio). O movimento também auxiliou no estabelecimento do padrão em que as próprias bandas compõem as suas próprias músicas.

Os britânicos também estabeleceram o LP de alta fidelidade como mídia principal para as suas músicas, que anteriormente eram feitos em compactos. O som da Invasão Britânica conduziu diretamente ao desenvolvimento de gêneros tais como acid rock, heavy metal e rock progressivo, e também seria ecoado nos movimentos punk rock, power pop e New Wave dos anos 70 e 80.

Mas é também importante notar que a pura sensação de êxtase gerada pela Invasão Britânica original, ajudou na ignição de um verdadeiro reflorescimento e revolução da música popular e cultura jovem, que nunca mais foi repetido.

Em resumo, a Invasão Britânica fundiu os mercados e as indústrias de música americana e britânica, impondo padrões para o mercado e indústria global de música, como conhecemos atualmente.

Os primeiros Artistas da Invasão Britânica:

The Tornados
The Action
The Animals
The Beatles
Belfast Gypsies
Dave Berry
The Birds
Chad and Jeremy
Cilla Black
Cliff Bennett
Cream
The Creation
The Dave Clark Five
Deep Purple
Donovan
The Downliners Sect
Dusty Springfield
Freddie and the Dreamers
Georgie Fame
Gerry & the Pacemakers
Graham Bond
Herman's Hermits
The Hollies
The Honeycombs
The Kinks
Billy J. Kramer with The Dakotas
Long John Baldry
Lulu
Manfred Mann
Marianne Faithfull
The Mindbenders
The Moody Blues
The Move
The Nashville Teens
Peter & Gordon
Petula Clark
The Pretty Things
Procol Harum
The Rolling Stones
Sandie Shaw
The Searchers
The Shadows
The Small Faces
The Spencer Davis Group
The Swinging Blue Jeans
Them
Tom Jones
The Tremeloes
The Troggs
Unit 4 + 2
The Walker Brothers
The Who
The Yardbirds
The Zombies

Contexto Sócio-Cultural Que Propiciou o Surgimento dos Beatles

Para entender-se o fenômeno Beatles, devemos voltar no tempo a analisar o ambiente histórico no qual eles estão inseridos.

Consideremos a Segunda Guerra Mundial como ponto inicial. Em sua essência, podemos nos referir aos Beatles como baby-boomers (nascidos durante um momento de explosão demográfica), embora eles tenham nascido pouco antes do período da (verdadeira) explosão demográfica (que ocorreu a partir de 1945). No que se refere essa explosão, é sabido que devido à mesma, muitos países ocidentais tiveram problemas de delinqüência juvenil. Mas ao mesmo tempo, um jovem mercado consumidor foi criado. Uma geração que ao atingir a maioridade viria posteriormente a questionar o “establishment”, desconfiar das promessas dos políticos e qualquer pessoa com mais de 30 anos. Nesse cenário, outros ícones “floresceriam,”

O Ambiente

O ambiente pós-guerra na Europa era de reconstrução e baixa moral devido à perda de referências geradas pelo conflito mundial. As principais cidades da Europa tinham sido completamente destruídas, trazendo a tona mudanças psicológicas e comportamentais na população européia como um todo. Artistas famosos e personalidades públicas, as quais costumavam ser ídolos na Europa pré-Guerra, foram soterradas no esquecimento juntamente com o caos. Esta é a paisagem na qual os Beatles, por exemplo, foram criados.

A Europa buscava novas idéias, pois o velho (antigo) havia partido além de se encontrar danificado. Os Estados Unidos, por sua vez eram uma fonte de inspiração para uma Europa dilacerada. Isso criou espaço para alguns movimentos culturais na Europa, em contraste com um belo cenário nos EUA.

Alguns desses movimentos incluíam os "Mods" que se expressavam pela veneração de um estilo de vida que se baseava em ternos pretos, música negra, especialmente o “rhythm’n’ blues”, e lambretas.


Havia também os “Exies”, ou Existencialistas, inspirados por Jean Paul Sartre - romancista, autor teatral, filósofo existencialista, tendo recebido grau de doutorado na Sorbonne, o qual tendia a ver o lado triste da natureza humana.


Os EUA, por outro lado, não tendo sido cenário de batalhas como ocorrera do outro lado do Atlântico, tendia a ser cada vez mais conservador, para mostrar ao mundo que as instituições sociais tinham sido preservadas, pelo menos naquele país. Entretanto, tipos de heróis rebeldes, como James Dean, Elvis Presley e Marlon Brandon estavam em demanda pelos jovens, contrastando com o panorama conservador, centrado nos moldes de família do Mundo Ocidental nos anos 50. A juventude estava ávida por novos ícones culturais. Como resultado, os anos 60 se tornaram a era da juventude, visto que 70 milhões de crianças advindas do “baby boom” pós-Segunda Guerra haviam nascido.



Infelizmente, valores conservadores, incluiriam em contraste, preconceito, racismo bem como segregação. Tais valores seriam reforçados como conseqüência da Segunda Guerra Mundial. Os EUA tendiam mais a ser uma cultura mais provavelmente centrada na família (como já mencionado), a qual não permitia a completa extroversão do poder jovem, apesar do surgimento de ícones Norte Americanos. Pode-se dizer que os jovens até aquele momento simplesmente não possuíam as ferramentas para puxar o gatilho que disparasse um comportamento mais desafiador. O palco estava montado para o Rock and Roll e suas conseqüências culturais. O mundo nunca mais seria o mesmo depois que o rock and roll entrou em cena pois houve a uma dissensão contra os conservadores anos que no final, resultou em formas revolucionárias de se pensar e em uma mudança real no tecido cultural da vida americana. Não mais satisfeitos em serem uma imagem da geração a sua frente, os jovens queriam mudanças. Essas mudanças afetariam a educação, valores, estilos de vida, leis e entretenimento mais adiante.