Sergio por Panda

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones! Começou a estudar a língua inglesa depois que ouviu Let it Be, e nunca mais parou!
Bem, o garoto cresceu e começou a amar outras bandas e outros sons sem nunca ter deixado os Beatles e Stones de lado!
O garoto cresceu um pouco mais e ouviu Hey Joe com o Hendrix. Pensou que pudesse tocar guitarra com os dentes, mas desistiu! Chegou a pensar que fosse o próprio Joe, mas descobriu nem ser àquele tempo casado para matar a esposa e fugir para o México, olhou para o lado e percebeu que nem sabia o que era um revolver, exceto pelo título de uma bandinha de Liverpool. Ouviu Hey Joe novamente com o Deep Purple, e ficou tranqüilo.

Hey Joe - Jimi Hendrix



Hey Joe - Deep Purple



Mais tarde, assistiu na TV uma banda que tocava uma música chamada “We Are The Champions, estranhou a roupa do vocalista, mas mesmo assim, saiu no dia seguinte e foi comprar um LP chamado News Of The World”. Pouco tempo depois, viu a mesma banda tocando uma tal de Somebody to Love, e percebeu que teria de comprar todos os álbuns dessa banda, o que acabou fazendo um dia.

Queen - Somebody to Love



Mas pouco tempo depois conheceu um som que de uns caras que “esgoelavam” “God Save the Queen", e correu para a loja mais próxima para comprar um compacto simples”. Gostou muito de God Save the Queen, porém gostou ainda mais do lado B do compacto, e ouvia muito uma certa “Did You No Wrong”. A banda? The Sex Pistols!

God Save the Queen - The Sex Pistols



Did You No Wrong - The Sex Pistols



Voltou a tentar tocar guitarra, pois depois que viu como os Sex Pistols tocavam, achou que pudesse começar tocando com as mãos! Ficou bem mais fácil! Ainda não toca guitarra com os dentes, mas dá para enganar!
Voltou para os Beatles de forma mais intensa, e se apaixonou pelo contra-baixo quando prestou atenção no que um tal de hoje “Sir” Paul McCartney fazia em “Oh Darling”, e migrou para o baixo, sem nunca ter deixado de amar a guitarra.
Formou várias bandas, brigou muito nas mesmas, foi expulso de outra, pois o ego era muito forte, queria ser líder e demorou a perceber que somente “team work” funciona!

Lá pelos 23 anos de idade, conheceu o Blues, voltou para guitarra! Mas como não conseguisse executar os “bends” de Buddy Guy, ou as “puxadinhas” e “sustains” de BB King, voltou para o baixo! Afinal, blues se toca com a alma, independente do instrumento! Ama o Blues até hoje, quase 20 anos depois. Mas jamais se esquece de que tudo começou em 1970 quando ouviu “Come Together” no rádio. A vida o despertou para a música, ou terá a música o despertado para a vida?

Buddy Guy - Mary Had a Little Lamb



BB King - Darling You Know I Love You



No meio de tanta música e curiosidade aguçada, começou, lá pelos 13 anos a ir ao cinema sozinho, ou melhor, sem os pais. Assistiu "King Kong" em 76 se apaixonou pela Jessica Lange.




Sentiu-se o gorila injustiçado! Logo depois, assistiu um tal de “The Deep”, aqui chamado de “O Fundo do Mar” e viu outra beldade, uma francesa chamada Jacqueline Bisset, e percebeu que a beleza feminina se manifestava de outras formas.



Logicamente passou pelos "Embalos de Sábado a Noite"(qualquer garoto de 14 ou 15 anos queria ter o corte de cabelo do Travolta, e esse cara não foi execessão!) "Grease" e "Xanadu".







Apaixonou-se novamente, por uma loira de platina depois que a ouviu dizer: “I'd go anywhere in the world with you now” em um filme chamado "Nunca Fui Santa", mas ficou com a libido mais a flôr da pele, quando a viu saindo do cinema no filme "O Pecado Mora ao Lado".

Nunca Fui Santa



O Pecado Mora ao Lado




Mais tarde, começou a descobrir que cinema não era somente feito de belas mulheres, mas de grandes atores de diretores! Passou a pesquisar! E no período de 1988 a 1991, assistiu 1.162 filme diferentes. Conheceu Kubrick e sua "Laranja Mecânica" e acabou conhecendo a obra toda. Aprendeu sobre Luis Buñuel, com sua "Bela da Tarde" e se deu conta que conhecer toda a obra do diretor era essencial.

Laranja Mecânica



A Bela da Tarde




A Obra de Buñel




Aprofundou um pouco mais e conheceu “Cría Cuervos” de Carlos Saura sem ter deixado de apreciar Los Ojos Vendados, passou por todos os gêneros, todas as épocas, descobriu os clássicos hollywoodianos da década de 40, descobriu o cinema chinês e filmes de tantos outros países e diretores. Adorou Fellini de cara quando assistiu "Amarcord" e não pode deixar de notar que "Radio Days" de Woody Allen era a pseudo-leitura americana de Amarcord. Jamais conseguiu encontrar outra mais bela que "Natalie Wood" em “Splendor in the Grass” e se compadecer de seu sofrimento em uma interpretação à flor da pele. Descobriu a sutileza de um amor nunca impossível e nunca esquecido em "Verão de 42". Impossível esquecer Jennifer O'Neil!


Cria Cuervos



Amarcord



Radio Days




Splendor in the Grass



Verão de 42




Também descobriu os americanos independentes, onde se identificou com "Clerks", "Down By Law”, “Estranhos no Paraíso”, "Drugstore Cowboy" etc.. Eis que em um certo momento surgem os "irmãos Coen, e as coisas ficam mais bizarras! Ele começou por "Arizona Nunca Mais" e sempre aguarda ansiosamente pelo próximo filme dessa dupla. Entretanto, as coisas ficaram ainda mais bizarras com o surgimento de Tarantino, porém o mesmo ainda não superou os Coen!
Não perdeu de vista os filmes espanhóis, iniciado por “Jamon Jamon” chegando até os mais recentes de "Almodóvar". Reserva um lugar especial para "Cinema Paradiso" por se identificar com o personagem central.


Clerks




Down by Law




Drugstore Cowboy




Os Filmes dos Irmãos Coen



Jamon Jamon




Almodovar - Volver



Cinema Paradiso




Mas da mesma forma que a música se iniciou com Come Together, os filmes se iniciaram com "Buster Keaton","Os Três Patetas e "O Gordo e o Magro".

Buster Keaton




Os Três Patetas



O Gordo e o Magro



Tudo na vida se inicia com o que se convencionou chamar “Humble Beginnings”, ou seja, “Inícios Humildes”. Afinal, a vida começa de forma tímida para que se chegue onde o limite é ultrapassado. E como diria Caetano, “Esse Cara Tem Me Consumido”, pois ele sou eu, ou eu sou ele. Talvez eu seja a “The Walrus” ou aquele tal de "Mean Mr. Mustard"

Uma Realidade Beatlesca

Eu me interessei profundamente pelo idioma inglês, quando ouvi o Let it Be. Eu "precisava" saber o que o Macca estava dizendo na canção que dá nome ao disco. Eu ficava doido querendo saber o tal "whispering words of wisdom" (sussurando palavras de sabedoria), mas por outro lado, quando primeiramente descobri que Let it Be significava Deixa Estar, aí eu tive que buscar meu queixo no chão! rs! Eu era e sou até hoje, fascinado pelas "asneiras" ditas antes de Get Back! O tal "Sweet Loretta Fart she thought she was a cleaner, but she was a frying pan" (A Doce Velhaca da Loretta pensou que fosse uma máquina de lavar, mas ela era um frigideira), dito por John, me intrigava! Isso sem dizer do Paul dizendo “Rosetta” antes do John. O lance "I dig a pygmy by Charles Hawtrey and the Deaf-Aids" (Eu amo um pigmeu de Charles Hawtrey e os Ajudantes Surdos) talvez tenha sido o início de tudo. Em outras palavras, o Let it Be me levou ao estudo do idioma, essencialmente. Os discos que ouvi antes desse, o White Album e o Abbey Road me iniciaram musicalmente, mas nesse ponto faço algumas pequenas ressalvas: "Something" me mostrava o gatilho que seria dispardo posteriormente, Come Together me transportava para "altered states of mind", como faz ainda hoje, Glass Onion me mostrava que exitiam outros timbres de baixo, Savoy Truffle para mim era prima de Glass Onion! Eu não sosseguei até descobrir o que era realmente um Glass Onion! Por outro lado, o Sgt.Peppers me ajudou a treinar velocidade na fluência oral com o verso "Now the know how many hole it takes to fill the Albert Hall" e “Nobody was really sure if he was from the House of Lords”. Se adquiri rapidez na pronúncia, confesso que devo isso a A Day in Life! A Day in Life, considero um capítulo a parte, devido a riqueza de vocabulário ligado aos cenários auto-descritivos! Essa parte vencida, voltei para o bridge de "I've a Got a Feeling" para cantar "All these years I've been wandering around,wondering how come nobody told me all that I was looking for was somebody who looked like you".Bem, certo dia do ano de 1970, eu ouvi Come Together no rádio Telefunken da minha mãe, que ficava na cozinha, e perdi o rumo! Aquele baixo dobrado em cima, daquela harmonia descabida e aquela melodia ainda mais doentia (no bom sentido), mexeram comigo aos 6 anos de idade! Uns 3 anos mais tarde, uma prima muito gente boa, cujo espírito está ouvindo o John e o George hoje fazendo um "The Great Gig in the Sky" (engraçado que cada vez que menciono sua importância no meu contexto Beatle, me sinto arrepiar todo como se ela se aproximasse de mim! Valeu Marina, por vir até aqui agora! Acho que quem sussurra agora é você e "half of what I say is meaningless, but I say it just to reach you, Mariiiina!). Ela me emprestou o Álbum Branco e o Abbey Road numa tacada só (discos que ela guardava com carinho, pois pertercim a coleção de seu irmão, falecido aos 17 anos em um acidente automobilístico na Rubem Berta em frente ao antigo "Canal 7". Marina me disse: "Menino, (ela era bem mais velha que eu), você fala dos Beatles e não conhece nada? Comece por aqui (o White Album e o Abbey Road). Só me devolva no dia que tiver escutado até não poder mais. Eu passei meses ouvindo esses discos. Quando os devolvivi, já era outro "menino". Ela me perguntou: "Já ouviu o Let it Be?" e eu disse que não, ela olhou para o meu pai, e disse: "Compra esse disco para ele de presente, tá bom? Esse, eu não consigo achar agora". Bem, meu pai me levou até o "Jumbo" (hoje Extra), próximo ao Aeroporto de Congonhas, e me soltou na seção de discos do supermercado. Quando voltei, tinha meu Let it Be em mãos. Ouvi aquilo até furar! O que me intrigava eram as falas entre as faixas. Bem, comecei a estudar inglês já me 1975 e não parei mais desde então! Me tornei professor, tradutor, consultor, assessor, tradutor-intérprete por causa disso tudo, mas principalmente para entender todas as letras do Let it Be.Algum tempo depois, veio um vizinho da minha rua e me mostrou o "Sgt. Peppers" original de 67, com capa plastificada, igual aos discos da Marina, ou melhor, as heranças de seu irmão, e eu caí das nuvens quando ouvi aquela guitarra distorcida logo na primeira faixa, tudo muito diferente dos outros álbuns, e, moral da história, nunca devolvi o bolachão para o meu amigo, pois, sei lá por que cargas d'água, ele se mudou do bairro e herdei seu bolachão. Em seguida, em 77, conheci meu grande amigo, o Edu. Já com 14 anos, tocava Let it Be no piano com maestria, e passávamos tardes de verdadeiros saraus em sua casa. Era Beatles e mais Beatles, sendo assim, o restante de meu "tutorado" Beatle, veio pelo Edu. E hoje, 30 anos depois, ainda amamos os Fab4!.

Mas existem sons que me enfeitiçaram e me enfeitiçam até os dia de hoje. A saber:

Led Zeppelin - Since I've Been Lovin' You





Black Sabbath - Snowblind




Black Sabbath - Symptom of the Universe



Free - All Right Now



Suzi Quatro - 48 Crash



The Great Gig in the Sky - Pink Floyd



The Rolling Stones - Jumpin Jack Flash



Van Halen - Hear About It Later



Eagles- Hotel California



Nenhum comentário: