OS NEGROS, ELVIS, SUA MÃE GLADYS E OS BEATLES

Os norte-americanos foram racistas ao ponto de eleger um Rei “branco”, imputar a Elvis tal título, sem considerar que Elvis só apareceu por conta de uma gravação que ele bancou do próprio bolso, de um blues que ele acelerou, e claro, country blues, também conhecido como “blues de raiz”, acelerado acaba em rock’n’roll, pois a estrutura harmônica é a mesma.


Entretanto, “That’s All Right” (Mama), já estava na manga de Sam Phillips da Sun Records, onde Elvis a gravou, visto que o mesmo Sam Phillips já tinha visto seu autor “Arthur Crudup” (já bem conhecido em Memphis entre os negros!), tocando a música ao vivo, e se inspirou, ou melhor, colocou na cabeça que tinha que encontrar um rapaz branco que pudesse cantá-la com o mesmo feeling.

De repente, bate à porta, um bem apessoado e desconhecido “Elvis Aaron Presley”, querendo gravar um música para dar de presente à mãe (e dá-lhe Édipo aí!), que não tinha como esse rapaz não ter feeling já que a letra estava sob medida para ele!

E quanto a Arthur Crudup? Bem, Crudup morreu obliviado no Nassawadox Hospital em Northampton County, Virginia, em 1976 em decorrência de problemas cardíacos e diabete após ter vivido seus últimos anos em relativo estado de pobreza por nunca ter recebido um centavo de royalties como lavrador e fornecendo whisky falsificado para botecos em Accomack County, Virginia. Isso é lamentável.

Elvis teve fim trágico, como bem se sabe, mas nem todos sabem que seu "apego" às anfetaminas teve início no exército.

Elvis Presley teve que partir para o exército na Alemanha em 1958/59 para melhorar sua imagem perante os pais dos adolescentes que o idolatravam. Sua imagem de rebelde desagradava os mais velhos, que o consideravam uma má influência sobre os jovens.

O caminho escolhido foi o serviço militar. Infelizmente, foi nesse período que o jovem Elvis foi apresentado às anfetaminas, vício do qual jamais se libertaria, levando-o à morte prematura em 1977 aos 42 anos. Elvis utilizava as anfetaminas no exército para manter-se acordado durante suas vigílias noturnas. Elvis partiu para o serviço militar em 24 de março de 1958.

Pouco mais de 5 meses depois, no dia 14 de agosto de 1958, sua mãe faleceu de parada cardíca em decorrência de hepatite aguda. Após o falecimento de Gladys Presley, Elvis nunca mais foi o mesmo. Começou a sofrer de depressão e acreditava que as anfetaminas também lhe pudessem ser úteis no alívio de seu sofrimento. Seu apego a mãe extrapolava os limites do que é considerado normal. Ele sempre afirmou que Gladys foi a mulher mais importante de sua vida. Mas isso é assunto para uma outra postagem!

Há quem sustente que esse comportamento teve início já aos três anos de idade, quando Elvis se tornou "o homem da casa" enquanto seu pai, Vernon, cumpria pena de três anos na Penitenciária de Parchman, Mississipi, por fraude com cheque. Essa dualidade de ser ao mesmo tempo, filho e pai haveria de acompanhá-lo durante toda a vida.


Elvis volta para casa em Memphis no dia 15 de março de 1960 e o mundo já não era o mesmo!

O que os americanos não contavam, muito menos Elvis, é que no meio daquela moçadinha” ávida por novos ídolos (característica principal dos Baby Boomers – aquela “criançada” nascida a partir da metade da Segunda Guerra!), estavam John Lennon, Paul McCartney, Mick Jagger, Keith Richards, Eric Clapton, Jeff Beck entre tantos outros, que promoveria a assim chamada “Invasão Britânca”.

O curioso é que a Invasão Britânica, que teve suas portas abertas pelos Fab4 no Ed Sullivan Show em 64, cunhou sua música a partir da releitura de artistas negros Norte-Americanos. Sendo assim, torna-se muito paradoxal, platéias dos Estados Unidos completamente ensandecidas por músicas de negros executadas por jovens britânicos que conheciam muito bem o que os Norte-Americanos nem tinham conhecimento!

Ouvir os Beatles executanto “Long Tall Sally”, “Roll Over Beethoven” entre outras, perante platéias predominantemente brancas, é no mínimo antagônico! O grande mérito da British Invasion a meu ver, foi promove-la a partir do empacotamento de produto genuinamente Norte-Americano, e devolvido a esse mesmo povo!

Elvis não contava com a British Invasion! Foi pego no contrapé!

Teve que mudar o estilo, e acabou virando cantor de “senhoras” em Las Vegas! Triste fim de Policarpo Quaresma! Sendo sulista, berço do racismo, home da Klux Klux Klan e tudo mais, alguém poderia imaginar que Elvis era o branco de alma negra? Eu não compro essa não! Ele é filhote de um espertalhão chamado Sam Phillips!!!!

Um comentário:

Lucinha disse...

Dear Sérgio, amei o seu Blog! Preciso ler tudoooo, pois os assuntos são apaixonantes e escritos com a competência de quem conhece de verdade!
Parabéns!
Olha o site da We Love aqui: http://welovethebeatlesforever.blogspot.com