Contexto Sócio-Cultural Que Propiciou o Surgimento dos Beatles

Para entender-se o fenômeno Beatles, devemos voltar no tempo a analisar o ambiente histórico no qual eles estão inseridos.

Consideremos a Segunda Guerra Mundial como ponto inicial. Em sua essência, podemos nos referir aos Beatles como baby-boomers (nascidos durante um momento de explosão demográfica), embora eles tenham nascido pouco antes do período da (verdadeira) explosão demográfica (que ocorreu a partir de 1945). No que se refere essa explosão, é sabido que devido à mesma, muitos países ocidentais tiveram problemas de delinqüência juvenil. Mas ao mesmo tempo, um jovem mercado consumidor foi criado. Uma geração que ao atingir a maioridade viria posteriormente a questionar o “establishment”, desconfiar das promessas dos políticos e qualquer pessoa com mais de 30 anos. Nesse cenário, outros ícones “floresceriam,”

O Ambiente

O ambiente pós-guerra na Europa era de reconstrução e baixa moral devido à perda de referências geradas pelo conflito mundial. As principais cidades da Europa tinham sido completamente destruídas, trazendo a tona mudanças psicológicas e comportamentais na população européia como um todo. Artistas famosos e personalidades públicas, as quais costumavam ser ídolos na Europa pré-Guerra, foram soterradas no esquecimento juntamente com o caos. Esta é a paisagem na qual os Beatles, por exemplo, foram criados.

A Europa buscava novas idéias, pois o velho (antigo) havia partido além de se encontrar danificado. Os Estados Unidos, por sua vez eram uma fonte de inspiração para uma Europa dilacerada. Isso criou espaço para alguns movimentos culturais na Europa, em contraste com um belo cenário nos EUA.

Alguns desses movimentos incluíam os "Mods" que se expressavam pela veneração de um estilo de vida que se baseava em ternos pretos, música negra, especialmente o “rhythm’n’ blues”, e lambretas.


Havia também os “Exies”, ou Existencialistas, inspirados por Jean Paul Sartre - romancista, autor teatral, filósofo existencialista, tendo recebido grau de doutorado na Sorbonne, o qual tendia a ver o lado triste da natureza humana.


Os EUA, por outro lado, não tendo sido cenário de batalhas como ocorrera do outro lado do Atlântico, tendia a ser cada vez mais conservador, para mostrar ao mundo que as instituições sociais tinham sido preservadas, pelo menos naquele país. Entretanto, tipos de heróis rebeldes, como James Dean, Elvis Presley e Marlon Brandon estavam em demanda pelos jovens, contrastando com o panorama conservador, centrado nos moldes de família do Mundo Ocidental nos anos 50. A juventude estava ávida por novos ícones culturais. Como resultado, os anos 60 se tornaram a era da juventude, visto que 70 milhões de crianças advindas do “baby boom” pós-Segunda Guerra haviam nascido.



Infelizmente, valores conservadores, incluiriam em contraste, preconceito, racismo bem como segregação. Tais valores seriam reforçados como conseqüência da Segunda Guerra Mundial. Os EUA tendiam mais a ser uma cultura mais provavelmente centrada na família (como já mencionado), a qual não permitia a completa extroversão do poder jovem, apesar do surgimento de ícones Norte Americanos. Pode-se dizer que os jovens até aquele momento simplesmente não possuíam as ferramentas para puxar o gatilho que disparasse um comportamento mais desafiador. O palco estava montado para o Rock and Roll e suas conseqüências culturais. O mundo nunca mais seria o mesmo depois que o rock and roll entrou em cena pois houve a uma dissensão contra os conservadores anos que no final, resultou em formas revolucionárias de se pensar e em uma mudança real no tecido cultural da vida americana. Não mais satisfeitos em serem uma imagem da geração a sua frente, os jovens queriam mudanças. Essas mudanças afetariam a educação, valores, estilos de vida, leis e entretenimento mais adiante.

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